Gestantes e puérperas têm risco cinco vezes maior de desenvolver trombose
Inchaço, sensação de calor nas pernas e vermelhidão indicam que algo não vai vem na circulação das pernas. Em especial, grávidas e puérperas devem se atentar aos sintomas para evitar o risco de trombose.
Segundo a Associação Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a incidência da doença nesse público é de cinco a seis vezes maior do que nas mulheres que não estão no período gestacional ou pós-parto.
O cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha, explica que a trombose ocorre quando se formam trombos (coágulos) em veias e vasos sanguíneos que bloqueiam o fluxo de sangue e podem causar inchaço e dor na região. Se não tratada a tempo, a trombose pode evoluir para uma embolia.
Por que o risco de trombose é maior em grávidas e puérperas?
Durante o processo de gestação, a mulher sofre alterações hormonais para preparar o corpo para o crescimento e nascimento da criança. E algumas delas aumentam o risco de trombose.
“Na gestação, ocorre aumento do volume sanguíneo na mulher, alterações hormonais que interferem no funcionamento adequado das veias e também da coagulação sanguínea, e por fim, com o passar dos meses, o bebê vai crescendo, e com isto, comprimindo as veias de drenagem das pernas. Tais fatores combinados resultam em um risco significativamente aumentado de trombose venosa”, explica o cirurgião vascular.
Sintomas e diagnóstico
Embora o inchaço seja uma característica comum na gestação, toda e qualquer mudança no padrão de vida da grávida merece atenção. Além desse sintoma, outros podem surgir como dor intensa no local, sensação de peso e cansaço nas pernas nos primeiros estágios, pele pálida, arroxeada e gelada, além da presença de varizes.
Por isso, é importante procurar ajuda médica quando os primeiros sintomas surgirem. Assim, em caso de suspeita de embolia pulmonar, a grávida pode passar por exames como tomografia computadorizada (TC), angiografia pulmonar e outras análises clínicas.
O cirurgião vascular orienta que o tratamento escolhido varia de paciente para paciente, de acordo com o histórico de cada pessoa. “Pode ser feito uso de medicamentos anticoagulantes, inclusive no período de amamentação. Também é indicado o uso de meias compressivas e atividades físicas”, diz o médico.
Como prevenir trombose em grávidas e puérperas
O estilo de vida saudável é a principal forma de evitar a doença, tanto na gestação, quanto no puerpério. Portanto, manter-se bem hidratada, praticar atividade física de forma moderada e ter uma alimentação balanceada são algumas das medidas essenciais.
Assim, o médico reforça também a prática de, deitar com as pernas elevadas e fazer o acompanhamento com um cirurgião vascular ajudam a minimizar os riscos de trombose nessa fase da vida.
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Fonte: Fábio Rocha, cirurgião vascular e angiologista.