Quadris largos ajudam no parto? Veja o que dizem os especialistas

Gravidez e maternidade Saúde
23 de Junho, 2023
Ana Renata de Godoy Ferreira
Revisado por
Enfermeira • COREN SP - 87.661
Quadris largos ajudam no parto? Veja o que dizem os especialistas

O parto normal é um assunto rodeado por várias suposições e crenças antigas. Entre mitos e verdades, existe a ideia de que quadris largos ajudam no trabalho de parto. Mas será que essa é uma condição que realmente facilita a saída do bebê da barriga da mãe? Confira a seguir.

Veja também: Toque Vaginal: entenda a importância do exame na gestação

Afinal, quadris largos ajudam no parto?

Segundo médica ginecologista Mariana Rosário, o tamanho do quadril não é uma condição que influencia no nascimento do bebê. Na verdade, a viabilidade do parto normal depende da estrutura óssea da mãe. Isso porque, o quadril pode ser essencialmente gordura, enquanto o que realmente facilita a saída do bebê é o tamanho da pelve da mãe. 

“Às vezes a gente tem uma paciente com uma bacia estreita e com um quadril muito largo”, relata a médica. 

Nesse sentido, vale ressaltar que estruturas ósseas que impeçam o nascimento do bebê são raras e podem ser identificadas durante o pré-natal permitindo que haja um replanejamento do tipo de parto. Além disso, as consultas permitem que o médico obstetra acompanhe a mãe e faça a pelvimetria, exame em que o profissional analisa a capacidade do canal de parto em relação ao tamanho da cabeça do bebê.

Esse exame considera também que, ao iniciar a passagem pela pelve da mãe, o crânio do bebê tende a se moldar para se adaptar e se comprimir para passar pela pelve, já que ainda não está completamente maduro. Assim, essa possibilidade permite flexibilidade na hora do nascimento.

Já fora da barriga da mãe, o crânio do bebê gradualmente vai retornando a sua forma inicial, sem que haja danos ao seu desenvolvimento físico ou intelectual.

Então, o que determina a viabilidade de parto normal?

Essa é uma das perguntas mais frequentes, já que o parto normal ainda é preferência entre 85% das mulheres no mundo, de acordo com a Pfizer.

Em primeiro lugar é importante ressaltar que a mulher está no controle da decisão e pode optar por parto normal ou cesárea. Salvo nos casos em que a bacia óssea não comporta a saída do bebê, o que como comentamos, é raro. 

Mas além do desejo pessoal, outras condições contribuem com a viabilidade do parto normal, são elas:

  • Posição fetal: a posição do bebê é fundamental para que o parto natural aconteça. Isso significa que a criança deve estar de cabeça para baixo – em direção ao canal vaginal –, o que chamamos de posição pélvica. 
  • Peso do bebê: acima de 4kg, os bebês são chamados macrossômicos, que significa que eles estão maiores do que o normal. Essa condição também impede a saída pelo canal vaginal, portanto, a opção recomendada é cesárea. 
  • Tamanho da pelve: a estrutura óssea da mãe deve ter o tamanho suficiente para que o bebê passe por ela. Essa condição é avaliada ainda no pré-natal por meio de exames clínicos ou exames de imagem.  
  • Não ter condições prévias de saúde: algumas condições impedem a realização do parto normal por oferecerem riscos à saúde materna ou fetal, são elas: pré-eclâmpsia, problemas cardíacos e diabetes.
  • Andamento do trabalho de parto: o parto normal depende da constância das contrações e da dilatação para evitar o sofrimento fetal.

Por fim, o acompanhamento do pré-natal é fundamental para identificar possíveis problemas durante o parto, bem como garantir a saúde da mãe e do bebê.

Veja também: Bebê sentado: entenda como a posição do seu filho influencia o nascimento

Fonte: Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista.

 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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