Psoríase e saúde mental: entenda a relação

Bem-estar Saúde
02 de Janeiro, 2023
Psoríase e saúde mental: entenda a relação

A psoríase é uma doença inflamatória, crônica e não contagiosa que ataca a pele, formando lesões avermelhadas espalhadas pelo corpo. Por vezes, o ressecamento da pele pode causar dores e sangramentos. Mas, além desses danos, a doença carrega um estigma que pode levar os pacientes a terem problemas na saúde mental. Continue lendo e entenda a relação entre psoríase e saúde mental. 

Leia também: Lesões da psoríase: Kelly Key mostra marcas na pele

Psoríase e saúde mental

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, SBD, cerca de 2,6 milhões de brasileiros sofrem com a psoríase. A doença é comum, mas se depender dos portadores, passa a ser silenciosa e pouco explorada. Isso porque quem convive com a psoríase é alvo de preconceito devido à estética da doença. Geralmente, a patologia é marcada pelo acúmulo de células mortas que ficam visíveis em diversas partes do corpo como joelhos, cotovelos, mãos e couro cabeludo. Como consequência, a exposição da psoríase causa coceira, queimação e provoca um ressecamento, que também é responsável por sangramentos na pele. 

Impactos no contexto social

A característica visual da doença pode fazer com que os portadores tenham vergonha de si mesmos e tenham mais propensão a desenvolver problemas de saúde mental. De acordo com a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Cintia Guedes, a psoríase tem impacto negativo nas relações sociais. 

“Embora a psoríase não seja uma doença que comprometa substancialmente a sobrevida dos pacientes, o comprometimento da qualidade de vida é comparável à de outras doenças de maior gravidade. Assim, pacientes com psoríase apresentam maior prevalência de tabagismo e consumo de álcool que a população geral”, afirma a médica. 

Ela explica ainda que a doença pode ser percebida como estigmatizante pelo indivíduo, que se sente envergonhado e rejeitado pelo outro. E pode ter impacto negativo nas relações sociais, autoimagem e autoestima, de forma bem diversa das doenças não dermatológicas. 

“Muitas vezes, os pacientes psoriáticos deixam de fazer atividades comuns como ir à praia, academia e sair de casa por causa das lesões cutâneas. A doença impacta negativamente em diversos aspectos sociais e psíquicos”, afirma a dermatologista.

Assim, os cuidados com a doença também representam dificuldades que podem prejudicar o lazer e as atividades de trabalho, já que o paciente tem restrições à exposição solar, consumo de carne vermelha e alimentos condimentados

O estresse também pode maximizar a psoríase e os efeitos na saúde mental

O conjunto de condições sociais que o portador da psoríase é exposto pode levar a situações de estresse recorrente, comprometendo relações sociais e as funções diárias. Do mesmo modo, o estresse é relacionado a uma série de substâncias que são liberadas em resposta ao evento estressante. Assim, esses eventos de estresse podem piorar a psoríase e até mesmo desencadear o aparecimento dela.

Portanto, é comum a psoríase desencadear depressão, ansiedade e maior chance de suicídio.

Leia também: Psoríase: tudo sobre a doença de pele e como tratá-la

Como tratar a psoríase 

De acordo com a Dra. Cintia, o primeiro passo para iniciar o tratamento é avaliar a extensão da doença e seu impacto na qualidade de vida do paciente. Para isso, os médicos usam questionários e com o resultado, é possível optar pelo melhor tratamento a seguir. 

Alguns tratamentos podem incluir o uso de medicamentos tópicos à base de corticoides, análogos de calcipotriol ou imunomoduladores. A fototerapia também ajuda, já que é feita com luzes artificiais que podem estimular ou inibir a atividade celular. Além disso, atualmente contamos com a terapia biológica, que traz excelentes resultados.

Vale ressaltar que queimaduras solares, infecções bacterianas como faringites, HIV e uso de alguns medicamentos como corticoides podem piorar a psoríase.

Ainda de acordo com especialistas, o paciente deve ressignificar a doença para conviver com qualidade de vida e não desenvolver problemas maiores de ordem de saúde mental, como a depressão e até mesmo o suicídio. Para tanto, o acompanhamento psicológico é imprescindível.

Fonte: Dra. Cintia Guedes, médica dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

Leia também:

mulher praticando atividade física ao ar livre e suando
Bem-estar Movimento

Suar emagrece? Entenda se a transpiração ajuda a perder calorias

Suar demais realmente significa que você está perdendo peso? Descubra

foto mostra uma xícara de chá vazia com paus de canela ao lado em cima de um prato
Alimentação Bem-estar

É termogênico e ajuda no equilíbrio da glicemia e do colesterol; veja benefícios do chá de canela

A bebida é uma ótima opção para esquentar o corpo — muitos afirmam, ainda, que ela emagrece

farinha de beterraba
Alimentação Bem-estar

Farinha de beterraba: benefícios e como incluir na dieta

Pode prevenir doenças cardiovasculares, melhorar o aporte de fibras e ainda ajudar a aumentar a performance esportiva