Protetor solar em cápsulas funciona?
Todos sabem que o uso do protetor solar deve ser diário. Isso porque, mesmo quando não estamos expostos diretamente ao sol, uma grande quantidade de raios solares podem atingir a pele, favorecendo o surgimento de manchas, envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele. Os motivos para utilizar protetor são vários, como a falta do hábito diário. Por essa razão, uma das estratégias que podem facilitar é o protetor solar em cápsulas. Mas será que ele funciona mesmo?
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Como funciona o protetor solar em cápsulas?
A princípio, a promessa do protetor em cápsulas é que, ao ingeri-lo diariamente, a pele estará protegida contra os raios solares. Assim, muitas pessoas deixaram de usar o protetor solar de uso tópico (o tradicional), com a crença de que já estão protegidos. Mas será que estão mesmo?
De acordo com o Dr. Maurizio Pupo, farmacêutico e professor especialista em cosmetologia, o protetor solar em cápsula possui uma grande quantidade de antioxidantes. Devido a sua composição na fórmula, eles alcançam diversas estruturas e órgãos do corpo humano, dentre eles, a pele. “Estes se depositam sobre a pele e esse acúmulo de antioxidantes é capaz de proteger contra os danos causados pela radiação solar, o que envolve os radicais livres”, explica.
“Radicais livres são espécies instáveis, isto é, com menos quantidade de elétrons, e são extremamente reativos, o que leva estas moléculas a ‘atacarem’ outras saudáveis, causando diversos prejuízos na saúde do organismo e na pele em si, levando ao envelhecimento precoce, aparecimento de manchas, rugas profundas, entre outros”, detalha o especialista.
O Dr. Maurizio ainda explica que o maior estímulo para a formação de radicais livres é a exposição solar sem proteção adequada, trazendo prejuízos a longo prazo (além de estéticos) graves para a saúde, como o câncer de pele. Por isso, o ideal utilizar protetores solares de qualidade, seguindo o modo de uso e reaplicação de cada um.
Protetor em cápsulas oferece proteção extra para a pele
“O uso de protetores solares em cápsula garante uma proteção extra para a pele. Isso porque eles possuem grande quantidade de antioxidantes, combatendo de frente os radicais livres e os malefícios que eles trazem. Como resultado, obtemos uma pele protegida, mais iluminada e radiante”, ressalta o farmacêutico.
Porém, é importante reforçar que o uso das cápsulas não dispensa o uso do protetor solar tradicional. “Os protetores solares de uso tópico são formulados com uma diversidade de filtros que protegem a pele por meio da absorção e/ou reflexão dos raios solares, protegendo a pele diretamente”, diz.
Composição dos protetores solares em cápsulas
O Dr. Maurizio Pupo explica que os protetores solares em cápsula funcionam, basicamente, como suplementos alimentares que possuem propriedades antioxidantes. Entre seus principais componentes, encontramos:
Luteína
Também encontrada em folhas escuras e na gema de ovo, a luteína é um carotenoide da classe das xantofilas. Por ser antioxidante, diminui a formação de radicais livres após a irradiação UV, prevenindo o fotoenvelhecimento.
De acordo com pesquisas realizadas em 2021, na Suíça, a suplementação de luteína melhorou o tom geral e induziu o clareamento da pele. Os estudos contaram com a administração oral de 12 mg/dia de luteína por 12 semanas e comprovaram a atividade fotoprotetora desta após a irradiação. Indivíduos que possuem uma dieta rica em carotenoides, apresentam sensibilidade diminuída do eritema, isto é, estão mais protegidos contra a radiação e não sofrem tantas queimaduras solares.
Betacaroteno e licopeno
Presentes na cenoura e no tomate, o betacaroteno é um carotenoide muito associado à proteção solar. Como citado anteriormente, indivíduos que ingerem grande quantidade de carotenóides não sofrem tantas queimaduras solares.
Em um estudo britânico, 20 voluntárias ingeriram 55g de pasta de tomate, que contém em média 16 mg de licopeno, e foi notado que a indução de mediadores inflamatórios que causam danos na pele foi menor comparado ao grupo placebo.
Flavonoides
O chocolate é rico em flavonóis, uma subclasse dos polifenóis, que são conhecidos por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Dados indicam que a ingestão de cacau com alto teor de flavonóis podem proteger contra a luz UV, além de aumentar a microcirculação da pele.
Além disso, os antioxidantes presentes no cacau desempenham um papel maior na proteção contra a produção de radicais livres induzida pela UVA. Nota-se, ainda, o aumento do fluxo sanguíneo com o alto consumo de cacau e, este ato, leva ao aumento da produção de colágeno e elastina (proteínas estruturais que diminuem com o envelhecimento da pele).
Polifenóis
A oliva é muito conhecida e usada na Europa e nos países mediterrâneos, sendo altamente comercializadas como suplementos dietéticos por sua capacidade antioxidante, com efeitos cardioprotetores e quimioprotetores, além de também serem utilizadas em distúrbios hepáticos, na obesidade e diabetes.
A oleuropeína é a principal constituinte do óleo de oliva e apresenta atividades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas, antiviral, antiaterogênicas e anti-hipertensivas. Ela inibe o dano causado pela radiação UVB, enquanto o hidroxitirosol (outro constituinte do óleo de oliva) protege o DNA das células e inibe a resposta pró-inflamatória. Estudos apresentados em 2022, comprovam que a suplementação alimentar com oliva protege as células que produzem as proteínas da pele contra o estresse oxidativo induzido pelos raios solares.
Fonte: Dr. Maurizio Pupo, farmacêutico ítalo brasileiro, pesquisador e professor especialista em cosmetologia. É autor de vários livros na área cosmética.