Exames de sangue podem prevenir futuros abortos espontâneos, aponta estudo
Os abortos espontâneos afetam cerca de 15% das gestações no mundo, de acordo com dados da revista científica The Lancet. Mas além da dor da família, muitas vezes o que fica é a dúvida do que motivou a perda da criança, principalmente em casos em que a perda gestacional é recorrente. Pensando nisso, um estudo conduzido por uma médica ginecologista dinamarquesa identificou que o exame de sangue pode ser utilizado para prevenir e entender o motivo dos abortos espontâneos. Continue lendo e saiba mais.
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Detalhes do estudo para prevenir abortos espontâneos
Publicada na revista científica The Lancet, a pesquisa demonstra que, após um aborto, é possível rastrear se o bebê possuía alguma anormalidade cromossômica que impedisse o seguimento da gestação. Essa informação servirá para evitar novos abortos e poderá ser feita mesmo em gestações recentes, a partir da 5º semana. Através de uma análise isolada e sequenciada, o teste permite identificar características genéticas do feto.
De acordo com a pesquisa, cerca de 50 a 60% das respostas são positivas. Com o exame de sangue, o médico também pode identificar outras condições de risco inerentes à saúde da mãe. Algumas delas são: problemas de coagulação, desequilíbrios hormonais, estilo de vida, doenças endócrinas etc.
Dessa forma, é possível realizar a anamnese e encaminhar a paciente para o tratamento adequado, contribuindo para o sucesso das futuras gestações. Embora já existissem testes com propostas semelhantes, o diferencial desta descoberta é que o novo exame já pode ser feito no começo da gestação. Na Dinamarca, um teste semelhante só era oferecido após 3 abortos espontâneos consecutivos. O que representava uma jornada longa e dolorosa para os pais na tentativa de engravidar.
Emoções após o aborto
Embora seja algo natural e, na maioria das vezes, inevitável, a perda gestacional é dolorosa e não deve ser menosprezada. Nesses casos, os sentimentos de culpa podem aparecer, mas vale reforçar que dificilmente um aborto espontâneo é culpa mãe, já que trata-se de uma condição imprevisível.
Para lidar com a gama de emoções que sucedem um aborto, o atendimento especializado é fundamental. A psicoterapia e grupos de apoio podem ser opções valiosas para passar pela fase do luto e, se a mulher desejar, voltar a se programar para uma nova gestação.
Por fim, após a perda gestacional, é importante consultar um médico para identificar possíveis causas e tratá-las corretamente. Embora sofrer um aborto espontâneo aumente o risco de ter outro, a maioria das mulheres consegue engravidar novamente e ter um bebê saudável.
Referências: Manual MSD.