PrEP HIV: profilaxia de prevenção contra o HIV
Quando o assunto é o aids/HIV, existem uma série de protocolos relacionados ao contágio e à exposição ao vírus. O PrEP HIV é um dos desses protocolos: a profilaxia de prevenção contra a doença.
PrEP é uma sigla para o termo em inglês “pre-exposure prophylaxis”, e consiste em um medicamento que reduz as chances de contração de HIV por sexo ou uso de drogas injetáveis (no caso de compartilhamento de agulhas, por exemplo). Assim, é altamente eficaz na prevenção da doença.
A aids ainda é uma doença que gera bastante preocupação no mundo inteiro – recentemente, voltou a ser notícia por conta da alta dos casos. Só em 2021, 650 mil pessoas morreram de doenças correlacionadas à aids, e 1,5 milhão foram infectadas naquele mesmo ano.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa é infectada a cada 15 minutos, e cerca de 920 mil brasileiros convivem com o vírus. Desse total, 89% foram corretamente diagnosticados, 77% fazem o tratamento antirretroviral e quase 95% das pessoas que fazem o tratamento já não transmitem o vírus, por atingirem a carga viral indetectável.
Ou seja, com números como esse, mais do que nunca se faz necessário cuidar para evitar a transmissão e a disseminação do vírus e, por consequência, da doença – ainda mais quando se fala das populações vulneráveis.
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Para que serve o PrEP HIV?
“Considerado um antirretroviral, a PrEP impede que o vírus do HIV se multiplique no organismo em casos de exposição”, explica a Dra. Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames. “Quando tomada regularmente, reduz as chances de contrair a doença em cerca de 99% nas relações sexuais e 74% em drogas injetáveis. É importante lembrar que não é recomendado para pessoas já infectadas anteriormente por HIV.”
A PrEP é indicada para as pessoas que tiveram sexo anal ou vaginal nos últimos 6 meses, e especialmente para pessoas que:
- Têm parceiros sexuais com HIV (seja carga viral desconhecida ou detectável)
- Não utilizam preservativo em todas as suas relações sexuais
- Foram diagnosticadas com uma infecção sexualmente transmissível nos últimos meses
- Têm parceiros que fazem uso de injetáveis e tenham HIV
- Compartilham agulhas, seringas ou outros equipamentos de injeção de drogas
- Utilizam a PEP com recorrência
Além disso, a profilaxia tem eficácia enquanto o paciente estiver tomando. “A partir do momento que as tomadas ocorrem de maneira irregular, existem falhas ou o paciente para de tomar, sua eficácia vai diminuindo até que ele não fique mais protegido por ela”, explica a infectologista.
Efeitos colaterais da PrEP
É importante notar que a profilaxia não substitui os cuidados essenciais de prevenção contra o HIV/aids (como o uso da camisinha), afinal, é uma medicação que tem efeitos colaterais. Assim, os principais sintomas incluem:
- Diarreia
- Náusea
- Dor de cabeça
- Fadiga
- Dor de estômago
No entanto, esses sinais costumam desaparecer em poucos dias ou semanas, conforme o organismo se acostuma com a medicação.
Além do mais, apesar de ter uma eficácia bem alta, nenhum método preventivo é 100% eficaz. “Por conta disso, o ideal é que as pessoas façam uma prevenção combinada, sempre aliando dois ou mais métodos de prevenção (associar o uso do preservativo, por exemplo)”, finaliza.
Fonte: Dra. Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames.