Pré-eclâmpsia: o que é, sintomas, riscos e tratamento
A pré-eclâmpsia é uma das principais causas de morte materna no mundo todo, segundo a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. A condição, que afeta de 5 a 10% das grávidas, costuma dar os primeiros sinais a partir da 20º semana de gestação e está relacionada à pressão alta, acima de 140/90 mmHg, ou até 6 meses após o parto. A seguir, entenda os riscos, sintomas e formas de tratamento.
Veja também: Enxaqueca aumenta risco de pré-eclâmpsia na gravidez
O que é pré-eclâmpsia?
Segundo a médica Mariana Cocuzza, ginecologista e obstetra que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, Sírio Libanês e Pro Matre, a pré-eclâmpsia acontece quando a mulher apresenta hipertensão após 20 semanas de gestação e tende a acontecer com mais frequência durante o 3º trimestre.
Por outro lado, a pré-eclâmpsia também envolve a presença de proteína na urina (proteinúria), o que significa que os rins não estão funcionando corretamente
No estágio avançado, a doença pode causar AVC (acidente vascular cerebral) e também pode resultar em restrição do crescimento fetal, o que pode evoluir para parto prematuro e até morte fetal.
Causas da pré-eclâmpsia
Até o momento, as causas da pré-eclâmpsia são desconhecidas. No entanto, a doença pode ter relação com a formação de novos vasos sanguíneos, ainda no início da gestação. Esses vasos são responsáveis pelo oxigênio e envio de nutrientes da mãe para o bebê. Porém, na pré-eclâmpsia, os vasos não se desenvolvem como deveriam, resultando em problemas de circulação e aumento da pressão arterial.
Embora não existam causas claras, sabe-se que ela é mais comum nos seguintes casos:
- Gestantes de primeira viagem;
- Histórico de hipertensão arterial ou doenças vasculares;
- Diabetes (desenvolvida na gestação ou não);
- Idade inferior a 17 anos ou superior a 35;
- Histórico de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia na família;
- Obesidade;
- Distúrbios de coagulação;
- Gravidez múltipla.
Sintomas
Os sinais de pré-eclâmpsia podem apresentar diferenças, de acordo com o grau de comprometimento. Confira:
Pré-eclâmpsia leve
- Inchaço excessivo;
- Retenção de líquido acima do normal, acarretando aumento de peso repentino;
- Pressão arterial alta, entre 140 x 90 e 160 x 110 mmHg;
- Dor de cabeça.
Pré-eclâmpsia grave
- Pressão arterial superior a 160 x 110 mmHg;
- Convulsões;
- Pouca urina;
- Dores no estômago;
- Inchaço;
- Visão comprometida (turva ou embaçada).
Porém, a Dra. Mariana faz um alerta: “Em muitos casos, a doença pode se apresentar sem sintomas, por isso é fundamental seguir o pré-natal.”
Mas e a eclâmpsia? O que é?
A eclâmpsia se trata de um estágio depois da pré-eclâmpsia, indicando uma forma mais grave da doença que envolve convulsões graves e crises epilépticas que podem ser generalizadas, colocando a vida da mãe e do bebê em risco.
Vale lembrar que os dois quadros estão associados a riscos como insuficiência hepática, coagulação sanguínea, insuficiência renal, parto prematuro e restrição de crescimento fetal. Por isso, a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia devem ser acompanhadas de perto por um médico ginecologista, já que implica em uma gravidez de risco.
Tratamento de pré-eclâmpsia: como é feito?
Em primeiro lugar, a mulher com suspeita de pré-eclâmpsia deve ser levada para uma unidade de pronto atendimento médico. Os sintomas seguidos de exames laboratoriais complementam o diagnóstico, avaliando principalmente a perda de proteína na urina, que é denominada “proteinúria”.
Com relação ao tratamento, a médica ginecologista aponta que as medidas de intervenção podem ir desde repouso, dieta hipossódica — quando se limita o consumo de sal –, medicações anti-hipertensivas e, se necessário, internação hospitalar para controle clínico materno e fetal.
Fonte: Mariana Cocuzza, médica Ginecologista e Obstetra, parte do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Pro Matre.