Praticar exercícios físicos é benéfico mesmo em ambiente poluído
Para manter o corpo e a mente saudáveis, é essencial praticar exercícios físicos. Se movimentar traz benefícios que vão desde a prevenção de doenças até o aumento da autoestima. Quem mora em ambientes poluídos, como a cidade de São Paulo, por exemplo, pode acreditar que a poluição atrapalha os resultados. Mas um estudo feito pelo Grupo de Estudos em Desempenho Aeróbio da Faculdade de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) mostrou o contrário.
Os cientistas descobriram que, na verdade, praticar exercícios físicos em lugares poluídos também é benéfico.
A ciência explica os benefícios de praticar exercícios em ambiente poluído
A pesquisa foi publicada no periódico científico American Journal of Physiology e contou com a participação de dez ciclistas do sexo masculino. É importante lembrar que grande parte deles costumam pedalar no campus da USP, um ambiente muito poluído. De acordo com a Agência Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), os níveis de poluição desta região ultrapassam os limites anuais impostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Para chegar aos resultados, os ciclistas realizaram a simulação de uma prova de 50km em uma câmara localizada no estacionamento da Faculdade de Medicina da USP. Dessa maneira, a pista tinha uma certa pressão, o que dava a impressão de estar pedalando na rua. Além disso, os voluntários podiam ver a pista no computador.
Assim, o ar da rua entrava na câmara por meio de dois dutos. O experimento foi feito em dois dias, com intervalo de 48h entre eles.
Os cientistas se surpreenderam com os resultados: os marcadores de inflamação no sangue dos ciclistas (IL-6 e IL-10) não se alteraram. Por outro lado, houve aumento da BDNF (brain-derived neurothophic factor), proteína responsável por trazer benefícios para a neuroplasticidade do cérebro.
“O aumento nos níveis de BDNF promove o crescimento e a proliferação de células no hipocampo [fenômeno ligado à formação das memórias e associado ao aprendizado e às emoções]. O BDNF também está envolvido na diferenciação neuronal, plasticidade, sobrevivência celular e aprendizado”, explicou André Casanova Silveira, primeiro autor do artigo.
Referência: CNN Brasil