Poluição do ar em São Paulo está acima do recomendado
A poluição do ar na capital paulista se manteve acima dos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao longo dos últimos 22 anos. De acordo com uma nota técnica publicada na quinta-feira (dia 25 de maio), pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).
A qualidade do ar na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é influenciada principalmente pelas emissões veiculares. Ou seja, devido ao trânsito de carros, motos, caminhões e ônibus.
Consequências da poluição do ar para a saúde
“Isso significa que nas duas últimas décadas os moradores de São Paulo continuaram respirando um ar inadequado. Quanto maior a concentração de poluentes, mais a saúde é afetada”, ressalta David Tsai, gerente de projetos no IEMA e coordenador deste estudo sobre a poluição do ar no município.
A OMS estima que 7 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência da poluição do ar no mundo. Assim, sendo 300 mil na região das Américas. A poluição afeta todos os órgãos do corpo humano – e demais seres vivos.
Assim, os poluentes do ar têm efeito agudo e crônico na saúde. Por isso, as pessoas podem desenvolver doenças do sistema respiratório como asma e sofrer envelhecimento precoce.
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Poluentes
Uma análise realizada pelo IEMA observou a evolução anual das concentrações dos três poluentes citados acima (MP, O3 e NO2) entre os anos de 2000 até 2021.
Os resultados mostraram que todos eles têm relação direta com a emissão dos veículos automotores, mas também com outras fontes emissoras. O ozônio (O3) se manteve em patamares elevados, com variações de ano para ano, mas sem tendência de queda ou de aumento. “Esse é um poluente complexo de eliminar porque ele se forma na atmosfera devido a diversos fatores, naturais e antrópicos”, explica Tsai.
O ozônio é formado com a radiação solar e seus precursores são os também poluentes óxidos de nitrogênio (NOx, NO e NO2) e os compostos orgânicos voláteis (hidrocarbonetos) – estes derivados principalmente do uso de combustíveis. Inclusive, o ozônio aumentou de 2019 para 2020, ou seja, piorou na pandemia.
“Outra dado que chamou a atenção é que, na primeira década da análise, era mais frequente o número de estações onde o ozônio estava dentro do padrão da OMS, como é o caso de Pinheiros. Mas, na segunda metade da análise, apenas uma estação apresentou adequação, a de Itaquera, num único ano”, conta o pesquisador do IEMA.
Já em relação ao dióxido de nitrogênio (NO2), houve redução das suas concentrações na atmosfera sobre São Paulo ao longo dos anos. “Desde 2000, nota-se uma redução do poluente, o que pode ser explicado pelo fato de os veículos emitirem menos devido ao Programa de controle de emissões veiculares (Proconve), iniciado em 1986”, afirma Tsai.
Porém, em 2021 a OMS lançou uma nova diretriz de qualidade do ar, reduzindo os valores de concentração de poluentes considerados seguros em relação ao impacto à saúde. Segundo esses novos valores, o dióxido de nitrogênio na cidade está distante do ideal.
Fonte
David Tsai, gerente de projetos no IEMA e coordenador deste estudo sobre a poluição do ar no município.