Cientistas buscam pílula com a mesma eficácia dos exercícios
O Fantástico, programa da Rede Globo, mostrou em uma reportagem que pesquisadores dos Estados Unidos estão trabalhando em uma pílula capaz de oferecer os mesmos benefícios que os exercícios físicos produzem no nosso organismo.
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Importância dos exercícios físicos
As atividades físicas, quando feitas regularmente, são essenciais para o nosso corpo e mente. Assim, elas criam ferramentas que protegem contra a obesidade, câncer, e muitas outras doenças. O sistema cardiovascular fica mais eficiente, os ossos mais resistentes e a expectativa de vida aumenta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cota mínima de atividade física é de ao menos 2 horas e meia por semana. No entanto, uma em cada quatro pessoas não cumpre as diretrizes.
Mas como surgiu a ideia da pílula?
Os pesquisadores passaram a última década tentando mapear as alterações que os esportes causam no nosso corpo. Dessa maneira, os resultados mostraram que os músculos funcionam como uma espécie de central de comando. Isto é, ao detectar o aumento de atividade no corpo, essa central prepara respostas para esse desafio. Assim, moléculas mensageiras são liberadas e ocorre a queima de gordura, fortalecimento dos ossos e criação de novos neurônios no cérebro.
A ideia é isolar as moléculas e conseguir transformá-las em medicamentos, como pílula.
Bruce Spiegelman, biólogo, bioquímico e professor da Universidade de Harvard, descobriu uma das moléculas que induzem os benefícios dos exercícios: a irisina. Ela é capaz de queimar gordura, controlar níveis de glicose e insulina e até mesmo evitar o desgaste dos ossos.
Segundo o especialista, a descoberta é relevante para pessoas com condições que atrapalham o treino. Como a diabetes, obesidade, e doenças degenerativas dos músculos.
Outro estudo feito no Salk Institute, na Califórnia, analisou um composto com efeito semelhante, capaz de acelerar o metabolismo. A pesquisa foi feita por meio de testes com roedores sedentários. Após receberem doses de uma substância chamada GW1516, eles criaram muito mais força e energia.
Por outro lado, quando usada a longo prazo, essa substância pode trazer sérios efeitos colaterais, como o câncer. Por isso, foi proibida pela Agência Mundial Antidoping.
Os efeitos no cérebro
A neurocientista Henriette Van Prag descobriu que outra molécula chamada Catepsina B é capaz de melhorar a memória e estimular a produção de novos neurônios.
“As pessoas sabem que se exercitar é bom para o corpo. Mas poucos sabem que a atividade física é fundamental para a estrutura e funcionalidade do cérebro”
A irisina também causa efeitos positivos no cérebro. Ainda de acordo com Bruce Spiegelman, quando a substância é ampliada, o déficit cognitivo diminui. “Esperamos introduzir estudos clínicos em humanos em dois ou três anos”, finaliza o especialista.