Nova pílula anticoncepcional masculina pode ter 99% de eficácia
Será que estamos prestes a ter uma pílula anticoncepcional masculina? Se depender de uma equipe de cientistas, o novo método contraceptivo poderá ser viável em até 5 anos. Embora seja um período longo de espera, a pílula apresentou 99% de eficácia em camundongos sem efeitos colaterais.
Veja também: DIU: tudo o que você precisa saber sobre o dispositivo intrauterino
Qual a eficácia da pílula anticoncepcional masculina em humanos?
Ainda não se sabe o percentual. Mais detalhes sobre a pílula serão compartilhados na reunião de primavera da American Chemical Society. Contudo, a equipe de pesquisa, que recebeu financiamento de Institutos Nacionais de Saúde e da Iniciativa de Contracepção Masculina, pretende iniciar testes em humanos no terceiro ou quarto trimestre deste ano.
De que forma a pílula age no organismo masculino?
A princípio, o grupo de cientistas, desenvolveu a pílula sem ação hormonal. Ou seja, a medicação não inibe nem afeta a testosterona. Por isso, o foco foi na ação da proteína RAR, ou receptora de ácido retinoico alfa.
No organismo, a vitamina A é processada de várias maneiras, incluindo o ácido retinoico, importante no crescimento celular, na formação de espermatozoides e no desenvolvimento embrionário. Esse ácido precisa interagir com o RAR-alfa para desenvolver essas funções. Os experimentos mostraram que camundongos sem o gene criado pelo receptor RAR-alfa são estéreis.
Com base nessa descoberta, os cientistas criaram um composto que bloqueia a ação do RAR-alfa. Chamado YCT529, o composto também foi projetado para atuar especificamente com o receptor RAR-alfa. Dessa forma, evita-se possíveis efeitos colaterais.
Demora na comercialização
Durante os testes, foram feitas administrações orais do medicamento a camundongos por quatro semanas. Como resultado, o YCT529 reduziu drasticamente a contagem de espermatozoides do animal e foi 99% eficaz na prevenção da gravidez sem efeitos adversos observáveis. Os camundongos recuperaram a fertilidade 4 a 6 semanas após a interrupção do medicamento. No entanto, é preciso que os testes sejam feitos com pessoas, processo que leva tempo e exige uma série de processos e burocracia para validar a venda do medicamento.
Por isso, a previsão é que a pílula anticoncepcional masculina seja vendida daqui a 5 anos. Enquanto isso, é possível continuar se prevenindo com os métodos contraceptivos existentes.