Pessoas com Síndrome de Down podem ter melhora cognitiva com tratamento, diz estudo
Um estudo publicado na revista Science no final de agosto animou pessoas com Síndrome de Down que buscam maior qualidade de vida. Um novo tratamento baseado na reposição do hormônio liberador de gonadotrofina melhorou o desempenho cognitivo e conectividades cerebrais de pessoas com a condição.
A pesquisa foi feita pela Universidade de Lille, na França, e pelo Hospital da Universidade de Lausanne, na Suíça. Assim, os pesquisadores analisaram que as alterações cognitivas desencadeadas pela Síndrome de Down têm relação com problemas de produção de GnRH, hormônio que libera a gonadotrofina.
Melhora cognitiva de pessoas com Síndrome de Down: como funcionou?
Depois de identificarem a relação entre o hormônio e as alterações cerebrais, 644 camundongos preparados para servirem como modelos científicos da síndrome receberam injeções de GnRH. 15 dias após o feito, a reposição havia melhorado os sintomas neurodegenerativos nos animais.
Assim, o estudo partiu para o teste em humanos. Um grupo de sete homens com idades entre 20 e 50 anos, portadores da Síndrome de Down, recebeu um dispositivo no braço que liberava dose do hormônio GnRH a cada duas horas, durante seis meses.
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O resultado foi animador e a melhora cognitiva foi identificada em seis dos sete voluntários do estudo. Dessa forma, os homens apresentaram maior capacidade de prestar atenção, memorizar informações e compreender instruções. Então, as alterações foram comprovadas por exames de imagens. Um comparativo mostrou as diferenças do antes e depois do uso do hormônio. No entanto, apenas a capacidade olfativa não apresentou melhora.
“A manutenção do sistema GnRH parece desempenhar um papel essencial na maturação cerebral e nas funções cognitivas. Na Síndrome de Down, a terapia com esse hormônio parece promissora. Especialmente porque é um tratamento sem efeitos colaterais significativos”, disse Vincent Prévot, um dos autores e diretor de pesquisa do laboratório da Universidade de Lille.
Além disso, os especialistas também descobriram que essa condição neurológica leva 77% dos portadores da síndrome de Down a apresentarem sintomas parecidos aos de Alzheimer ao longo do tempo.