Perda auditiva pode afetar a saúde mental
Apesar de a saúde mental estar se tornando uma prioridade nos dias atuais, outro problema que pode afetar a mente ainda não é muito debatido: a perda auditiva. Os dois temas estão relacionados e, por isso, é importante entender como o declínio da audição pode impactar no bem-estar das pessoas.
“Problemas de comunicação decorrentes da perda auditiva podem provocar frustração, isolamento e solidão. Além disso, é muito comum encontrar esses sintomas na população idosa”, explica a fonoaudióloga Maria Branco, do Grupo Microsom.
De acordo com a especialista, isso ocorre porque os problemas auditivos resultam em dificuldades na comunicação e na interação social, levando até a questões mais graves, como depressão.
Um estudo do Instituto Nacional de Surdez e outras Desordens de Comunicação (NIDCD) apontou que a taxa de depressão entre as pessoas com deficiência auditiva nos Estados Unidos é de 11%, comparada a 5% da população que apresenta audição normal.
As consequências na saúde
A perda auditiva também aoferece riscos físicos. Dessa forma, existem estudos que relacionam problemas de audição a diabetes, doenças cardiovasculares, e até mesmo possíveis quedas relacionadas à falta de equilíbrio.
Assim, a deficiência auditiva também põe o indivíduo em risco de morte, como por exemplo, por atropelamento ou situações de perigo.
Além disso, outro grande alerta relacionado à saúde é o declínio cognitivo, que pode levar à demência.
Sinais de perda auditiva
A fonoaudióloga explica que é possível observar alguns sinais iniciais que indicam que o indivíduo tem perda auditiva. Portanto, confira alguns exemplos:
- Aumentar muito a televisão;
- Dificuldade para falar ao telefone;
- Não escutar o relógio;
- Dificuldade para conversar.
“Ao observar um ou mais desses fatores, o paciente deve ser encaminhado rapidamente para um profissional e iniciar o tratamento”, indica Maria.
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Como melhorar a saúde e bem-estar
Segundo dados de 2021 da OMS (Organização Mundial da Saúde), quase 2.5 bilhões de pessoas viverão com algum grau de perda auditiva até 2050, sendo que pelo menos 700 milhões precisarão de cuidados auditivos e serviços de reabilitação.
Entre os idosos, a perda auditiva é uma das principais condições enfrentadas. Porém, a realidade atual indica que poucas pessoas buscam os cuidados e tratamentos adequados.
Outro estudo da NIDCD descobriu que apenas um em cada quatro adultos utilizam parelhos auditivos e outros dispositivosde audição.
“É muito importante lembrar da necessidade de avaliar a audição regularmente e, se identificar perda auditiva, buscar auxílio imediatamente”, explica Maria.
O uso de aparelhos auditivos, de acordo com a especialista, promove uma reabilitação e recuperação auditiva que devolverá a habilidade de conviver de maneira saudável em sociedade, diminuindo as possíveis consequências físicas e emocionais.
“Essa reabilitação melhora os estímulos sonoros, e fará com que a pessoa escute melhor, trazendo-a de volta para situações sociais”, conclui a especialista.
Fonte: Maria Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, empresa especializada em qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e apneia do sono.