Pênfigo vulgar: o que é, sintomas, causas e tratamento
Você já ouviu falar em pênfigo vulgar? Essa é uma doença dermatológica e autoimune bastante rara que pode afetar a pele e as mucosas, gerando, assim, uma série de desconfortos, além de queda na qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com Pedro Cavalcante, médico de família especializado em pediatria pelo Instituto da Criança da USP, o principal sintoma dessa condição são as bolhas assintomáticas e flácidas que, ao romper, deixam áreas de erosão – úlceras, com erupção vermelha e crostas dolorosas.
“A lesão na mucosa oral é, geralmente, a primeira aparição. São lesões de difícil cicatrização”, explica.
Leia também: Escarlatina: doença dermatológica exige cuidados
Causas, diagnóstico e tratamento de pênfigo vulgar
Essa é uma doença autoimune, o que significa que ela tem origem no próprio sistema imunológico: a produção de anticorpos patogênicos contra as desmogleínas 1 e 3, em geral da classe IgG. Isso significa que o pênfigo vulgar é uma condição autoimune com predisposição genética.
“O diagnóstico clínico é confirmado, principalmente, por meio da biópsia da lesão com análise histopatológica e imunofluorescência direta”, explica o médico.
Nesses casos, o tratamento deve iniciar o mais rápido possível – e tem longa duração. Normalmente, são administradas altas doses de corticoide sistêmico para induzir a remissão da doença, já que esse medicamento têm ação anti-inflamatória e imunossupressora. Além disso, também é necessário acompanhamento médico e uso de alguns suplementos orais.
É essencial também ficar alerta para as complicações dessa condição, que podem surgir por conta da sua natureza: as lesões orais, por exemplo, geram dificuldade de alimentação, o que, por sua vez, pode ocasionar desnutrição, perda de peso e piora do estado geral.
Distúrbios hidreletrolíticos e infecção secundária também podem ser uma decorrência de pênfigo vulgar não tratado. Além disso, existe ainda a questão da medicação, o uso prolongado de corticoide pode levar a algumas complicações. Por exemplo:
- Síndrome de Cushing;
- Infecção oportunista;
- Osteoporose;
- Tromboembolismo venoso;
- Hipertensão;
- Diabetes tipo 2;
- Catarata;
- Glaucoma;
- Necrose óssea avascular;
- Por fim, miopatia.
Fonte: Pedro Cavalcante, médico de família especializado em pediatria pelo Instituto da Criança da USP