Pele ressecada por causa do diabetes: o que fazer?
- 1. O que há por trás da pele ressecada por causa do diabetes?
- 2. Sintomas e fatores de risco para o ressecamento
- 3. Ressecamento pode evoluir para feridas nas pernas e pés
- 4. Pele ressecada por causa do diabetes: como hidratar corretamente
- 5. Qualquer pessoa com a pele ressecada por causa do diabetes pode hidratar os pés e pernas?
- 6. Mais hidratação por mais tempo para pernas e pés
Um órgão frequentemente esquecido por grande parte das pessoas, incluindo quem convive com o diabetes, é a pele. O maior órgão do corpo, a pele, merece cuidado e atenção especiais, principalmente nesse grupo de pessoas, o qual tem mais riscos de desenvolver ressecamento. Por mais simples que possa parecer, o caso pode evoluir para um problemão de saúde. Mas como cuidar da pele ressecada da maneira correta? Confira algumas dicas que vão te ajudar nessa jornada!
O que há por trás da pele ressecada por causa do diabetes?
Antes de tudo, é importante entender a causa do ressecamento. Ele pode revelar muito mais do que uma alteração estética. “A pele seca e muitas vezes já sem pelos na região, indica que está com o suor diminuído no local. E esse é um dos principais sinais da neuropatia”, explica Geisa Macedo, endocrinologista.
A neuropatia é uma das complicações mais frequentes em quem tem diabetes mal controlado e podendo afetar os nervos periféricos, principalmente das pernas e pés. “50% dos pacientes com menos de 25 anos de diagnóstico vão apresentar esta complicação”, conta a profissional.
O que é a neuropatia?
Temos dois tipos de sistema nervoso: o periférico, responsável por comandar os movimentos do corpo e o autônomo, o qual você não comanda. É responsável pelo coração, pela sudorese (suor), entre outros órgãos que funcionam de forma involuntária.
Quando não há um bom controle do diabetes, os dois tipos são afetados. E com isso, a pessoa pode perder a sensibilidade nos pés, apresentar dificuldades de equilíbrio, além do ressecamento intenso da pele com rachaduras, entre outros sintomas.
Mas, calma: nem todo ressecamento pode significar que há a presença de uma complicação como a neuropatia. Além da hiperglicemia que pode afetar a pele, a deficiência de vitaminas também pode afetar a pele, principalmente em quem tem diabetes tipo 2. Geralmente, esses pacientes utilizam medicamentos que afetam a absorção de vitaminas, o que pode levar a uma pele mais seca.
Sintomas e fatores de risco para o ressecamento
É importante ficar atento a pele que fica opaca, sem o brilho natural, e que não apresenta sudorese. Como em casos de ressecamento intenso e mesmo durante o exercício físico ou após o banho a pele continua seca.
Quem tem diabetes tipo 1 com mau controle da glicemia, deve ficar atento ao risco de desenvolvimento do ressecamento. Já as pessoas com diabetes tipo 2, mesmo com um bom controle glicêmico, devem ficar atentas aos outros fatores de risco como: colesterol alto, obesidade e hipertensão. Tudo isso também pode predispor a neuropatia e ao ressecamento da pele.
Ressecamento pode evoluir para feridas nas pernas e pés
Com o ressecamento, a pele fica mais frágil e com isso, rachaduras podem propiciar a entrada de algum microorganismo como fungos e bactérias. “A pele seca é menos elástica, logo se você levar uma pancada pode abrir um machucado com mais facilidade. Além da diminuição de colágeno, que também contribui para isso”, explica a médica.
Com isso, feridas podem surgir no local, e se não tratadas corretamente e a tempo, podem até causar amputações. Para evitar que isso aconteça, o principal cuidado deve ser com a hidratação.
Pele ressecada por causa do diabetes: como hidratar corretamente
Diante disso, o cuidado com a pele ressecada por causa do diabetes vai muito além da estética: é primordial para evitar complicações graves da doença. Mas qualquer creme serve? A resposta é “não”!
Os mais adequados são aqueles com tecnologia e formulação indicada para a pele da pessoa com diabetes. Entre eles, a nanotecnologia, que permite uma absorção mais rápida da pele do produto hidratante. A Sociedade Brasileira de Diabetes também recomenda cremes hidratantes sem perfume e álcool na formulação. Contudo, é muito importante pedir uma avaliação do médico sobre qual é o melhor creme para a sua pele.
Frequência da hidratação
O ideal é que seja diária e, preferencialmente, depois do banho, porque a pele está limpa. É importante espalhar bem o creme e esperar secar antes de colocar sandálias ou sapatos. Isso evita que o pé deslize e a pessoa possa sofrer alguma queda.
Pode hidratar entre os dedos?
Não. A hidratação é recomendada em todo o corpo, incluindo os pés, porém entre os dedos os especialistas não recomendam. Isso porque aumenta a umidade no local e propiciar o aparecimento de fungos, que podem levar rapidamente a uma infecção. Contudo, a hidratação na parte cima do pé, na sola e no calcanhar são recomendadas.
Além disso, a SBD recomenda a hidratação diária das unhas e cutículas, que pode ser feita com óleos, como o de amêndoas, ou outros produtos específicos para lubrificação do local.
Qualquer pessoa com a pele ressecada por causa do diabetes pode hidratar os pés e pernas?
Depende. Pacientes que já apresentam feridas, a hidratação não é recomendada. Nesses casos, é de suma importância que o paciente procure um profissional especializado em pé de quem tem diabetes para que possa receber o tratamento adequado. Além de feridas, se houver calos muito grossos ou até mesmo mudança na coloração do pé, o ideal é já buscar uma avaliação do pé por um especialista.
Mais hidratação por mais tempo para pernas e pés
Para ajudar na hidratação de quem tem diabetes, o regenerador para pele extremamente seca Tenys Pé Baruel traz sensação imediata de alívio do ressecamento nas pernas e nos pés. Além disso, garante hidratação por 48 horas, enquanto promove a regeneração do tecido da pele. O creme foi especialmente desenvolvido para pessoas com diabetes e endocrinologicamente testado.
Fonte: Geísa Maria Campos de Macedo, endocrinologista e vice-presidente da SBD regional Pernambuco.
Referência: Manual de cuidados com os pés para pessoas com diabetes (SBD)