Pele hiperelástica: o que é, causas e tratamento
A pele hiperelástica é uma condição bem rara, resultado de uma série de doenças genéticas e hereditárias. Como o próprio nome sugere, a pele apresenta uma elasticidade anormal, e costuma ser mais sensível a lesões. Além disso, essa pele também sofre o envelhecimento de forma muito precoce — dependendo da síndrome a qual está relacionada, a pessoa aparenta ser idosa, mas ainda é jovem.
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Quais são as causas da pele hiperelástica?
A princípio, a pele hiperelástica tem essa característica, pois há a deficiência de alguma proteína ou fibra que a compõe — por exemplo, o colágeno e a elastina. De acordo com a dermatologista Luiza Archer, esse tipo de pele é característica de algumas enfermidades raras, genéticas e hereditárias, que prejudicam outras áreas e funções do corpo. A seguir, veja algumas:
Cutis laxa
É um distúrbio do tecido conjuntivo que não produz a elastina, proteína responsável por dar firmeza à pele. Há diversos graus da doença, que pode ser leve ou mais agressiva. Em casos mais acentuados, a pessoa apresenta também um alto nível de flacidez, o que deixa a pele com a aparência mais envelhecida do que realmente é. Segundo a Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, a cutis laxa pode ser congênita ou adquirida.
O primeiro caso já apresenta os sinais da doença nos primeiros meses de vida até os 4 anos, e costuma ser grave. Afinal, além de afetar a pele, a criança enfrenta problemas no crescimento muscular e ósseo, enfisema pulmonar e problemas cardíacos. Geralmente, os portadores da doença possuem o rosto envelhecido, mesmo sendo criança, nariz adunco, lábio superior longo e bochechas caídas. Em contrapartida, a cutis laxa adquirida demora mais para se revelar — geralmente depois da puberdade. Nessa situação, a pele hiperelástica costuma se associar a outros problemas, como a síndrome de Marshall.
Síndrome de Marfan
Outra doença que atinge o tecido conjuntivo, provoca alterações generalizadas no coração, veias, artérias, olhos, músculos, pulmões, sistema nervoso e, claro, a pele. Diferentemente da cutis laxa, essa síndrome aparece na fase adulta.
Síndrome de Ehlers-Danlos (SED)
Também de origem genética e hereditária, essa síndrome influencia no déficit de produção de colágeno,. Possui mais de dez tipos, que variam de acordo com a gravidade. Os principais sintomas são a pele hiperelástica muito sensível, que se machuca com facilidade. Os vasos sanguíneos são igualmente afetados — qualquer batida ou mínimo trauma já causa hematomas. Hiperextensão articular, dor nas costas, pés chatos e problemas de visão também se destacam.
Diagnóstico da pele hiperelástica
Antes de mais nada, vale reforçar que a pele hiperelástica é uma evidência das doenças que vimos aqui, que causam uma série de limitações à pessoa. Inicialmente, o diagnóstico pode começar no próprio consultório, ao analisar as características da pele, assim como a presença de outros sintomas. Às vezes, além do dermatologista, é necessário envolver um médico reumatologista, pois a maioria das enfermidades com a pele hiperelástica danificam o tecido conjuntivo. Dessa forma, podem ser feitos exames de imagem e de sangue para descobrir o tipo de enfermidade e as áreas acometidas.
Existe tratamento para a pele hiperelástica?
À primeira vista, por estar relacionada a doenças genéticas, a condição não tem um tratamento que reverta ou compense a produção das fibras ou proteínas deficientes. Normalmente, o tratamento é voltado para os distúrbios que causam esse problema na pele. No entanto, alguns casos podem incluir intervenção cirúrgica se o rosto da pessoa sofrer uma deformidade muito relevante, por exemplo.
Qual a diferença entre flacidez e pele hiperelástica?
Depois dessa leitura, você pode ter ficado com essa dúvida. Afinal, flacidez e pele hiperelástica podem ser muito parecidas visualmente. “No entanto, a flacidez é decorrente de diversos fatores externos, como tabagismo, emagrecimento, falta de hidratação, excesso de exposição ao sol. Além, é claro, do processo natural de envelhecimento. Por sua vez, a pele hiperelástica é uma consequência de doenças variadas, e não há como controlá-la”, esclarece.
Fonte: Luiza Archer (@draluizaarcher), médica e referência em dermatologia natural. CRM: 52.91136-4.