Pele do recém-nascido: 5 cuidados que você não pode esquecer
Com um bebê em casa, as demandas aumentam e o cansaço dos pais é evidente. Essa presença tão querida também traz experiências prazerosas, como a de sentir seu cheirinho tão único e ser abraçado pela textura delicada do maior órgão do corpo humano. No entanto, você sabia que a pele do recém-nascido requer cuidados específicos?
Antônio Carlos de Arruda, dermatologista pediátrico e vice-presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), explica que é preciso ter atenção redobrada com a pele do recém-nascido, pois ela é muito fina e ainda não possui a camada córnea de proteção totalmente desenvolvida.
“Ela é menos protetora e isso vale tanto para batidas, choques e traumas quanto para absorção de substâncias”, completa o especialista. Com isso em mente, separamos cinco cuidados básicos e fundamentais para se ter com ela. Confira!
1. Pele do recém-nascido: seu banho precisa ser curto e morno
Como explica Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o banho do recém-nascido não deve ser longo, já que a água perde temperatura e pode influenciar na perda de calor do bebê. “Ele não deve durar mais do que cinco a dez minutos e deve ser realizado em um ambiente fechado”, detalha o especialista.
A temperatura ideal do banho é entre 37ºC e 37,5ºC, ou seja, morna. Esse valor deve ser o mesmo independente da estação do ano. “Para saber se está ideal, a mãe pode sentir a tepidez da água colocando um pouquinho da mesma no dorso das mãos ou ao colocar o cotovelo na banheira”, orienta Antônio Carlos.
Os recém-nascidos não precisam tomar banho todos os dias, como muitos pensam. De acordo com o neonatologista, a frequência pode ser de duas a três vezes por semana.
Vale ressaltar, no entanto, que isso só é possível desde que os cuidadores higienizem as partes íntimas do bebê corretamente, trocando a fralda suja sempre que necessário. Além disso, deve-se usar pomadas para assaduras a fim de evitá-las, porém não é preciso retirá-las da pele do recém-nascido por completo entre uma troca ou outra da fralda, já que a sobreposição das aplicações ajudará a prevenir ainda mais a dermatite de contato.
2. Dê preferência sempre para produtos de bebês
Pela alta absorção da pele do recém-nascido, o produto para higienizar o bebê deve ser específico para o público infantil. Ele tende a ser livre de substâncias mais agressivas, como parabenos, sulfatos e corantes. Além disso, costuma ser um item testado dermatologicamente para esse grupo e, consequentemente, desencadeia menos problemas de pele.
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3. Sempre que possível, não deixe a fralda do recém-nascido abafada
O dermatologista pediátrico orienta a não abafar a pele do recém-nascido e isso inclui a região que é recoberta pela fralda. “Portanto, sempre que possível, em condições ambientais favoráveis, é indicado que o bebê permaneça com fralda, mas sem ela estar fechada”, detalha o médico. Isso significa que, se for viável, recomenda-se que o pequeno fique vestido apenas com o item, sem macacão ou calças por cima dele. Dessa forma, sua pele respira e os pais conseguem evitar possíveis problemas cutâneos em decorrência do suor excessivo.
4. Atenção à hidratação da pele do recém-nascido!
A partir da avaliação do pediatra, a pele do bebê pode ser hidratada, o que melhora possível ressecamento e reforça a função protetora da barreira cutânea. Só é preciso atenção para que seja um hidratante específico para recém-nascidos, o que permite que ele seja usado até mesmo nesse período neonatal.
De acordo com Paulo, deve-se usar o produto diariamente ou três vezes por semana e de preferência após o banho. “A sua aplicação deve ser cuidadosa, evitando o acúmulo do hidratante nas dobras, o que poderia dificultar a transpiração e levar à colonização bacteriana”, esclarece o pediatra.
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5. Roupinhas bonitas nem sempre são as mais confortáveis
As roupinhas de recém-nascido fazem sucesso entre os familiares que desejam presentear os futuros papais. Só que nem sempre as mais charmosas são as mais confortáveis. Por isso, os dois especialistas recomendam evitar peças felpudas, como as de lã, e as que são feitas de tecidos sintéticos, como poliéster. “O cetim e o náilon também costumam causar reações alérgicas”, alerta Paulo.
Dessa forma, a melhor escolha para vestir o bebê é com roupas de algodão, principalmente quando elas forem encostar diretamente na pele do pequeno. A principal justificativa é que esse material consegue reter o suor em excesso e, assim, mantém o corpo do recém-nascido fresquinho e evita possíveis alergias.
Fontes:
- Dr. Antônio Carlos de Arruda, dermatologista pediátrico, vice-presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP);
- Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Referências:
- Sociedade Brasileira de Pediatria;
- Theia;
- Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente – IFF/Fiocruz.