Parar de tomar antidepressivos: veja recomendações e riscos
Quem inicia um tratamento para qualquer tipo de transtorno mental a partir do uso de medicações, como os antidepressivos, sabe que, em algum momento, deverá interrompê-lo. Em geral, isso ocorre após o período recomendado pelo especialista, que costuma ser um psiquiatra. Mas quem utiliza esse tipo de remédio sabe que não é fácil abandonar o uso, já que, ao longo do tempo, o corpo vai se acostumando a ele. É muito comum, por exemplo, encontrar pessoas “viciadas” neste tipo de medicamento. Por isso, veja dicas de como parar de tomar antidepressivos.
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Parar de tomar antidepressivos: recomendações
De acordo com a Dra. Andréa Ladislau, psicanalista, somente um profissional poderá avaliar o momento da suspensão ou redução das dosagens de antidepressivos. Desse modo, a interrupção deve ser feita de forma gradativa, acompanhando e avaliando os efeitos colaterais, físicos e mentais que poderão surgir com a redução. Além disso, veja outras recomendações:
- Monitoramento regular: Durante o processo de descontinuação, é importante ter um acompanhamento regular com o médico para avaliar sua resposta, fornecer suporte emocional e fazer ajustes no tratamento, se necessário.
- Autoconhecimento e autocuidado: Ao interromper os antidepressivos, é essencial adotar estratégias de autocuidado, como manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente, dormir adequadamente e buscar apoio emocional por meio de terapia ou grupos de suporte, se necessário.
Riscos do interrompimento abrupto
Andréa explica que, quando a interrupção do uso de antidepressivo é feita de forma abrupta e imediata, alguns riscos são iminentes. Por exemplo, intensificação dos sintomas e o surgimento da abstinência medicamentosa. Desse modo, o corpo e a mente dão sinais de que estão em sofrimento.
“As medicações possuem funções específicas dentro do tratamento. Ao parar de tomar antidepressivos de forma gradual, o organismo passa a absorver essas funções e substituir o agente realizador de forma natural. Assim, o corpo e a mente do paciente não sentem um impacto muito forte a ponto de provocar mal estar ou desequilíbrio de funções emocionais (alterações de humor severas, distúrbios alimentares, aumento da ansiedade, irritabilidade, descontrole das emoções, entre outros) ou físicas (cefaleias intensas, cansaço físico exacerbado, como fadiga, desregulagem intestinal, insônias e outros).
Ou seja, a interrupção sem controle pode desencadear diversos sintomas variados e até o efeito rebote, ou seja, o agravamento da doença/queixa principal. Por fim, Andréa reforça a importância de não praticar a automedicação. “O maior erro das pessoas, em primeiro lugar, é a automedicação. Não se pode tomar remédios, independente de sua classificação, sem recomendação e acompanhamento médico. Principalmente, no caso dos antidepressivos e ansiolíticos”, completa.
Fonte: Dra. Andréa Ladislau, psicanalista.