Papa Bento XVI sofreu com erisipela antes de morrer; o que é a doença?
Neste último sábado (31), o Papa Bento XVI faleceu no Vaticano, aos 95 anos. A notícia repercutiu em todo o mundo. Inclusive, durante a cerimônia de posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva, Bento XVI recebeu citação em um dos discursos.
Embora a causa da morte não tenha sido revelada, o presbítero estava doente há alguns anos. Em 2020, o jornal alemão Passauer Neue Presse informou que Bento XVI enfrentava uma erisipela, quadro que agravou seu estado de saúde.
Uma curiosidade é que o Papa Bento XVI foi o primeiro a renunciar ao cargo em 600 anos, abdicação que aconteceu em 2013.
O velório do ex-pontífice será até quarta-feira na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A cerimônia está aberta a fiéis que desejam prestar as últimas homenagens e despedidas.
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O que é erisipela, condição do Papa Bento XVI?
A erisipela é uma doença inflamatória e infecciosa. Ou seja, os agentes responsáveis pela infecção são as bactérias Streptococcus pyogenes do grupo A ou Haemophilus influenzae do tipo B.
Ela afeta a camada mais superficial da pele, assim como o tecido adiposo subcutâneo, um processo que também envolve os vasos linfáticos. Assim, é uma forma mais externa de celulite. É mais comum atingir pessoas acima dos 50 anos, com diabetes, obesidade, com baixa imunidade ou má circulação.
Causas e sintomas
As bactérias costumam penetrar na pele em qualquer área do corpo, sobretudo nos membros inferiores, já que sofrem o efeito da gravidade. Então, qualquer ferida, úlcera, micose, picada de inseto, lesão de acne, podem facilitar o acesso dos micro-organismos na pele.
Já a evolução do quadro é rápida, com sintomas típicos de infecção. Por exemplo, indisposição, fadiga, febre e calafrios, endurecimento, inchaço e sensação de ardor na pele, assim como feridas avermelhadas e doloridas.
Contudo, a forma mais grave da erisipela pode apresentar bolhas, região do corpo escura e até uma infecção generalizada que pode levar à morte.
Diagnóstico e tratamento
A descoberta da doença se dá por meio de uma análise clínica, com a observação dos sintomas. A princípio, o médico não solicita nenhum exame específico.
Por sua vez, os cuidados no estágio inicial ocorrem em casa, com uso de antibióticos orais, anti-inflamatório, remédios para a febre. Além disso, são importantes o repouso absoluto, elevar o membro afetado e higiene adequada.
Quando a infecção é mais grave, precisa de internação para observar os efeitos dos medicamentos sobre o organismo.