Osteoporose em crianças e jovens é raro, mas exige atenção. Entenda
Na infância, é comum colecionar alguns machucados e, às vezes, fraturas causadas por brincadeiras e outras atividades. No entanto, a situação foge do normal se a criança tiver dois ou mais episódios antes dos 10 anos de idade, ou três ou mais fraturas depois dessa fase.
É o que alerta a médica endocrinologista Manuela Rocha Braz. “Fraturas de vértebra ou do colo de fêmur são incomuns, e devem também ser sempre investigadas”, diz.
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O que pode causar a osteoporose em crianças e adolescentes?
De acordo com a especialista, a fragilidade óssea pode ser consequência de outras doenças e condições.
Por exemplo, uso crônico de glicocorticoide, doenças inflamatórias, reumatológicas, baixo consumo de cálcio ou pouca exposição solar, longos períodos de imobilização, anorexia nervosa e deficiências hormonais.
Além destas, existem as causas genéticas. Uma delas é osteogênese imperfeita, que pode ter como única manifestação clínica a fragilidade óssea, e ou a síndrome de Turner, dentre outras condições mais raras.
Diagnóstico vai além dos exames
Ao contrário dos adultos, a densitometria óssea isoladamente não define o diagnóstico de osteoporose em crianças, adolescentes e adultos jovens, mas é uma ferramenta adicional.
Então, o diagnóstico ocorre apenas na presença de fraturas consideradas de fragilidade ou de causas secundárias.
“Por sua vez, o tratamento deve ser individualizado. Quando identificada uma causa secundária, a base do tratamento deve ser, sempre que possível, a resolução desta causa. Na ocorrência de fraturas, indica-se sempre medicamento antifratura. Em crianças, o uso de bisfosfonatos é preferível, e não se recomenda o uso dos osteoformadores (teriparatida e romosozumabe)”, explica a endocrinologista.
Outro medicamento imunobiológico usado pelos especialistas é o denosumabe. Embora seja geralmente seguro, pode desencadear hipocalcemia em crianças. Contudo, segundo Manuela, deve-se levar em consideração o planejamento a longo prazo.
Já em adultos jovens, não há contraindicação de nenhuma classe medicamentosa pela idade, mas deve-se ter cuidado em mulheres. Afinal, todos os tratamentos para evitar fraturas são contraindicados na gestação e amamentação.
Como prevenir a osteoporose em crianças a jovens adultos?
“É durante os primeiros 20 anos de vida que a gente adquire a massa óssea. Então é um momento crítico para o consumo de cálcio, exposição solar ou suplementação de vitamina D e prática constante de atividades físicas”, recomenda a endocrinologista.
Para evitar a osteoporose nesta faixa etária, o ideal é o consumo equivalente a dois ou três copos de leite por dia, a depender da idade. Brincadeiras com movimentação, boa exposição solar e alimentação balanceada são medidas que também evitam a osteoporose pós-menopausa e senil.
Por fim, sempre consulte um médico se suspeitar de qualquer quadro, inclusive se as fraturas ósseas forem recorrentes.