Osteoporose e sarcopenia: qual é a relação entre as duas condições?
A saúde óssea e muscular é fundamental para nossa qualidade de vida, especialmente à medida que envelhecemos. No entanto, dois problemas de saúde que frequentemente afetam a população idosa: a osteoporose e a sarcopenia. Embora essas condições tenham suas próprias características distintas, elas estão interligadas de maneira complexa e merecem atenção. Saiba mais a seguir.
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Osteoporose e a fraqueza óssea
A osteoporose é uma condição médica caracterizada por uma redução significativa na densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a doença no Brasil, mas apenas 20% dos casos são diagnosticados.
Uma das principais manifestações da osteoporose é a dor óssea, que pode ocorrer de forma persistente ou intermitente. Além disso, pessoas com osteoporose apresentam um risco aumentado de fraturas frequentes, especialmente no quadril, punho e coluna vertebral. Essas fraturas podem ocorrer mesmo com traumas mínimos ou quedas leves e, em casos mais sérios, podem levar à óbito.
“Outro sintoma comum da osteoporose é a diminuição da estatura ao longo do tempo. Isso ocorre devido ao encurtamento das vértebras da coluna vertebral, que pode resultar em uma postura encurvada (chamada de cifose ou “corcunda”). Essa diminuição da estatura é mais comum em pessoas idosas, especialmente mulheres na pós-menopausa, que têm um risco maior de desenvolver osteoporose devido às alterações hormonais”, aponta a nutróloga Letícia Lucas.
Sarcopenia e a perda muscular
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, cerca de 15% dos brasileiros têm sarcopenia a partir dos 60 anos de idade, chegando a 46% após os 80 anos. A condição está relacionada à perda de massa muscular e ao declínio da função muscular relacionado ao envelhecimento. Portanto, à medida que entramos na terceira idade, ocorre uma diminuição natural na massa muscular e na força. No entanto, na sarcopenia, essa perda de massa muscular é acelerada e mais pronunciada.
A condição resulta em fraqueza muscular, diminuição da resistência física e dificuldade em realizar tarefas do dia a dia, como subir escadas, levantar objetos pesados ou até mesmo caminhar por longas distâncias
Além disso, a sarcopenia pode levar a uma série de complicações, como maior risco de quedas e fraturas, redução da mobilidade e independência, e pior qualidade de vida geral. Além disso, a perda de massa muscular está associada a um maior risco de desenvolver outras condições de saúde, como diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares.
Osteoporose e sarcopenia: afinal, qual a relação?
A relação entre a osteoporose e a sarcopenia é intimamente ligada. A perda de massa muscular pode aumentar o risco de quedas, o que, por sua vez, pode levar a fraturas em pessoas com osteoporose. Da mesma forma, a osteoporose pode limitar a mobilidade, reduzindo a atividade física e contribuindo para a perda muscular.
Para a Dra. Letícia Lucas tanto a osteoporose quanto a sarcopenia são condições que podem ser influenciadas por fatores como estilo de vida, nutrição inadequada, falta de exercícios físicos e alterações hormonais relacionadas à idade.
Como evitar?
Para manter a saúde óssea e muscular na terceira idade, é importante adotar medidas preventivas que garantam uma vida ativa e longeva. A primeira medida é adotar uma dieta balanceada com consumo adequado de cálcio e vitamina D.
A prática regular de exercícios físicos também deve fazer parte da rotina, principalmente com atividades que envolvam o fortalecimento muscular e equilíbrio, exercícios de resistência, como musculação.
Por outro lado, evitar hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também contribuem para a saúde do idoso. Em alguns casos, suplementos de cálcio, vitamina D e proteínas podem ser recomendados, além de que medicamentos específicos podem ser prescritos para tratar a osteoporose em casos mais graves.
Por fim, se o quadro de osteoporose e sarcopenia já estiverem estabelecidos, o acompanhamento médico é fundamental para evitar a progressão das doenças.
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Fonte: Dra. Letícia Lucas, médica nutróloga.