Osteoporose e osteomalácia: qual é a diferença?
A osteoporose e a osteomalácia são duas condições que dizem respeito aos ossos, mas existem diferenças entre as duas. Claudio Ortiz, ortopedista e professor do curso de Medicina da Universidade de Franca (UNIFRAN), comenta sobre as especificidades de cada um dos quadros.
O que é osteoporose?
“A definição de osteoporose é a condição clínica metabólica em que há redução da densidade mineral do osso com perda de massa associado a dificuldade de formação e seu consequente enfraquecimento, tornando-os mais frágeis”, explica o profissional.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a osteoporose é diagnosticada quando há uma perda de massa óssea superior a 2,5 desvios padrões da média da população adulta jovem.
O principal fator de preocupação da osteoporose é que essa é uma doença silenciosa. Muitas vezes, o seu principal sintoma é a dor relacionada a uma fratura de pequeno impacto. Outros, por exemplo o aumento do arqueamento da curvatura torácica, também podem estar presentes.
“A principal forma de diagnóstico é pela avaliação clínica detalhada e identificação dos fatores de risco, entre eles idade, sexo (mais prevalente em mulheres após a menopausa), etnia branca ou oriental, história prévia pessoal e familiar de fratura, baixo índice de massa corporal, entre outros”, explica.
Além disso, existe um motivo para essa condição ser tão frequente nas pessoas acima dos 50 anos. A principal causa é a osteoporose senil, mais comum nas mulheres pós-menopausa. Isso porque o pico de massa óssea acontece dos 30 aos 40 anos. Por isso, a partir desse momento, existe uma perda gradativa (balanço negativo) da capacidade de absorção do cálcio mineral e da sua fixação no osso.
“Outras causas são provenientes de doenças sistêmicas como insuficiência renal, diabetes, tumores da paratireoide, deficiência de testosterona no homem, tabagismo e etilismo, que também estão associadas em maior ou menor grau no desenvolvimento da osteoporose”, continua o professor.
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O que é osteomalácia?
A osteomalácia, ao contrário da osteoporose, é uma doença causada pela mineralização incompleta do osso, ou seja, não existe perda ponderal da massa óssea, mas uma incapacidade de formação de osso.
“Neste caso a dor é um sintoma importante”, explica o ortopedista. “Devido à dificuldade de mineralização, as estruturas ósseas começam a sofrer deformações (ficam mais maleáveis, menos resistentes), isso altera a microarquitetura do osso, provocando deformação e dor. Ainda é comum a fraqueza e a atrofia muscular.”
A principal causa, aqui, é a deficiência crônica ou grave de vitamina D ou um metabolismo anormal dessa substância. Nas crianças, por exemplo, essa deficiência é responsável pelo raquitismo.
“Podemos diferenciar osteoporose de osteomalácia através do histórico clínico detalhado e das alterações de densitometria óssea”, continua. “Via de regra a osteomalácia não cursa com fraturas patológicas. Raramente a marcação com tetraciclina (um tipo de antibiótico que impregna o osso) e a biopsia óssea podem ser utilizadas para o diagnóstico diferencial.”
Fonte: Claudio Ortiz, ortopedista e professor do curso de Medicina da Universidade de Franca (UNIFRAN)