Osteoporose: tudo o que você precisa saber sobre a doença
Os ossos são compostos por diversos minerais, os quais se destacam o cálcio e o fósforo. Eles atuam pela boa saúde óssea, assim como a dureza e a densidade. Mas, com o envelhecimento e outros fatores, perde-se a quantidade de minerais. Como resultado, ficamos mais suscetíveis a fraturas severas. Esta é a osteoporose, que causa a fragilidade óssea até em quedas ou acidentes leves.
Apesar da gravidade, a doença ainda é um desafio para a conscientização. Cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem com os efeitos da condição, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).
Ainda que seja bastante famosa, a doença — que costuma ser tão silenciosa quanto perigosa — segue para o diagnóstico tardio, o que eleva as chances de complicações e mortalidade dos pacientes.
Neste conteúdo, você irá conferir todas as informações relevantes sobre o quadro, e lhe ajudar a ter mais atenção com a saúde e a prevenção.
Veja também: Mitos e verdades sobre a artrose
Causas e fatores de risco
De forma geral, a osteoporose tem como principal fator a idade e o gênero. A enfermidade atinge mais o público feminino. Além de uma estrutura óssea menor e mais frágil, as mulheres têm menor aquisição de densidade óssea ao longo da vida e perdem mais cálcio do que os homens, algo que se agrava na fase da menopausa.
No entanto, o histórico familiar — ou seja, ter parentes diretos com a doença — e o estilo de vida também contam muito para o desenvolvimento do quadro.
Por exemplo, o sedentarismo contribui significativamente com a osteoporose, já que a baixa quantidade de massa muscular resulta no maior desgaste dos ossos.
A alimentação escassa em nutrientes, sobretudo o cálcio e a vitamina D, que promove a absorção, também é um forte fator de risco.
Todavia, outras circunstâncias podem somar ao diagnóstico:
- Doenças inflamatórias e autoimunes.
- Alterações hormonais, como o hipotireoidismo e a própria menopausa.
- Uso crônico de certos tipos de medicamentos. O corticoesteroide, por exemplo, prejudica a densidade óssea a longo prazo.
Tipos de osteoporose
Existem duas classificações para a osteoporose, que causam os mesmos prejuízos à saúde: a primária e a secundária.
O primeiro tipo se manifesta de forma espontânea, sendo fruto do envelhecimento, do histórico familiar e da menopausa; já a secundária é uma consequência de outras doenças. Por exemplo, doença renal crônica, diabetes e hipogonadismo.
O uso de medicamentos é mais uma causa da variação do problema. Curiosamente, esse tipo de osteoporose costuma ser raro, porém mais predominante entre os homens.
Diagnóstico
Infelizmente, boa parte dos indivíduos com osteoporose só descobrem que têm a enfermidade após uma fratura. Fora desse contexto, existe um exame chamado densitometria óssea, que avalia a densidade do osso por meio da quantidade de cálcio presente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que há osteoporose quando o cálcio está abaixo de 2,5% nos ossos. Pode, ainda, se utilizar a calculadora FRAX, que mede o risco de ocorrer uma fratura por osteoporose. A ferramenta pode ser encontrada no site da Abrasso.
Sintomas da osteoporose
A doença é silenciosa, pois não causa sintomas específicos. Então, a própria fratura óssea, mesmo sem queda envolvida, é a evidência da condição.
Entretanto, a enfermidade dá sinais de progresso. Por exemplo, fraqueza para levantar objetos ou até mesmo para se levantar da cama ou do sofá precisam de atenção. A dor nas articulações é outro alerta para ir ao médico, a fim de prevenir o avanço da osteoporose.
Tratamento
Com relação ao tratamento da osteoporose em geral, os médicos prescrevem uma suplementação para o paciente, receitando cálcio e vitamina D. Há também a clássica recomendação de tomar sol, mas aquele das primeiras horas da manhã.
Melhores exercícios para a osteoporose
A atividade física é uma grande aliada da prevenção e do tratamento de controle da doença. Antes de iniciar qualquer exercício, vale reiterar a necessidade do acompanhamento profissional para se evitar lesões.
Caminhada
A caminhada é uma alternativa prática, de baixo impacto e fácil de realizar. Além disso, a maioria das pessoas gostam. Também é fundamental para combater a osteoporose. Isso porque ajuda a aumentar a densidade óssea, diminuindo o risco de lesões e melhorando o equilíbrio.
Ainda, a caminhada pode ser uma aliada da saúde mental, pois reduz os níveis de estresse e traz bem-estar.
Dança
Se você tem osteoporose e gosta de dançar, não fique com medo! A dança recruta os ossos da perna, do quadril e da coluna. Portanto, é eficaz no fortalecimento deles. A modalidade também melhora a circulação sanguínea, a capacidade cardiorrespiratória e a qualidade de vida.
Musculação
Oferece diversidade de movimentos, exercícios e grupos musculares que podem ser trabalhados em um único treino. Para pessoas com osteoporose, não é diferente das outras atividades físicas: ajuda a aumentar a densidade óssea e a fortalecer os ossos.
Perguntas frequentes
Por que a osteoporose pode matar?
A doença é perigosíssima, pois atinge pessoas mais velhas, que já estão naturalmente fragilizadas.
Dessa forma, pode provocar fraturas em ossos maiores, como o do quadril, tornando a recuperação difícil e vulnerável a complicações. Prova disso é que 20% dos pacientes idosos morrem nos primeiros 12 meses após uma lesão de grande porte no quadril.
Qual a diferença entre osteoporose e osteomalácia?
Ao contrário da osteoporose, a osteomalácia é uma doença causada pela mineralização incompleta do osso. Então, não existe perda da massa óssea, mas uma incapacidade de formação de osso.
Devido à dificuldade de mineralização, as estruturas ósseas começam a sofrer deformações (ficam mais maleáveis, menos resistentes), isso altera a microarquitetura do osso, provocando deformação e dor.
A principal causa, aqui, é a deficiência crônica ou grave de vitamina D ou um metabolismo anormal dessa substância. Nas crianças, por exemplo, tal déficit é responsável pelo raquitismo.
Osteopenia é o mesmo que osteoporose?
Não, mas pode-se dizer que a osteopenia é uma etapa anterior da osteoporose. Por esse motivo, a condição também é conhecida como “pré-osteoporose”, pois mostra o declínio de cálcio e da densidade óssea.
No entanto, é possível reverter o cenário, que pode dar as caras depois da menopausa ou após os 50 anos. Eis a importância dos exames de rotina a cada ano ou conforme orientação médica. O monitoramento frequente não evita apenas a osteopenia, mas a osteoporose e seus desfechos.
Cuidado e prevenção
A prevenção é a melhor saída para evitar os danos causados pela osteoporose. Assim, é imprescindível realizar exercícios físicos regulares para fortalecer os músculos e ter uma alimentação rica em cálcio, proteínas e vitamina D. Do mesmo modo, deve-se evitar o tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
O osso é “vivo”, e isso mostra que o corpo precisa estar sempre em movimento. Portanto, a atividade física é um conselho que devemos repetir, sem falar dos check-ups periódicos. Sobretudo pessoas com artrite, pois a inflamação geralmente se associa à osteoporose.
Fontes: André Ramos, reumatologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Henrique Mansur, médico ortopedista da Clínica Pedus.
Referências: MSD Manuals; Mayo Clinic; Cleveland Clinic; Bone Health & Osteoporosis Foundation; International Osteoporosis Foundation.