Os benefícios da atividade física para a saúde mental e dicas para começar
Fazer exercícios com foco nas mudanças que aparecem no espelho nem sempre é o melhor caminho. Para transformar o movimento em hábito, ter como objetivo se sentir bem e em paz pode te ajudar a começar e a manter o engajamento. Isso porque a atividade física, segundo profissionais e praticantes, tem muitos benefícios para a saúde mental, além de possibilitar a redução de sintomas ansiosos e depressivos.
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O impacto dos treinos na saúde mental
13, 14, 15… Acabou! Com suor no rosto, o último exercício chegou ao fim e a sensação deliciosa é de missão cumprida. De acordo com a médica da Vitat Fabrícia Jung, a explicação para isso é que quando praticamos exercícios físicos, alguns neurotransmissores – responsáveis pela comunicação entre as células do cérebro – aumentam, promovendo sensações de prazer e bem-estar tão bem-vindas durante o tratamento de questões relacionadas à mente.
Segundo Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech, a atividade física está ligada a funções cognitivas, que incluem memória, raciocínio, humor, qualidade do sono, autoestima e confiança. “Quem treina com frequência tem mais chances de dormir melhor, lidar com o estresse e ser produtivo em suas atividades no geral,” afirma o profissional de Educação Física.
Apesar de envolver prazer e satisfação, é importante dizer que como qualquer hábito, o início de uma prática de exercícios não é natural. Ao contrário do que alguns perfis nas redes sociais mostram, sair do sedentarismo não é um processo fácil. “Mas conforme vamos repetindo, o exercício se torna parte da rotina”, explica a médica.
Dicas para começar
Confira os conselhos de Eduardo Netto para você começar com chances reais de tornar a atividade física parte do seu cotidiano:
1 – Motivação pessoal
O primeiro passo é encontrar uma razão para se exercitar. Iniciar uma atividade física ou algum novo desafio exige convencimento psicológico. Conhecer a fundo a razão pela qual você quer ficar mais ativo pode ajudar na mudança de comportamento a longo prazo. Ter uma motivação interna é fundamental. Talvez uma aula de yoga o deixe mais energizado e com ânimo, ou uma caminhada diária alivie a sua ansiedade. Refletir sobre esses tipos de recompensa é extremamente importante para se manter motivado.
2 – Tenha objetivos realistas
Pode ser muito frustrante escolher metas difíceis e que provavelmente você não conseguirá atingir. Comece aos poucos e, de preferência, com o apoio de um profissional de Educação Física, que vai levar em consideração fatores como objetivo, agenda e condicionamento físico. Não esqueça de registrar os resultados diários. Escreva sua performance, como tem se sentido, sua evolução de tempo, dias de treino na semana e etc. Isso pode te ajudar a alimentar a motivação e vai dar um baita orgulho!
3 – Escolha uma atividade que goste
Assim vai ser mais fácil dar continuidade ao exercício. Existem muitas opções! As atividades em grupo, como esportes, dança e aulas coletivas, ajudam muito a criar um senso de compromisso consigo e com a turma. Variar também é importante. Quando puder, experimente.
4 – Reorganize a agenda
Antes de começar, refaça sua agenda. Não são necessárias muitas horas. Uma pessoa sedentária terá mais facilidade em se adaptar ao novo hábito com sessões mais curtas e de menor intensidade. Marque o horário do treino como se fosse um compromisso de trabalho. Crie o hábito: nas primeiras semanas, se obrigue a cumprir um programa pré-estabelecido. Repita, repita e repita o novo comportamento – a mesma rotina no mesmo horário do dia. Evite mudanças constantes. Depois do hábito estabelecido, você pode ter um pouco mais de flexibilidade na sua agenda. Nos três primeiros meses, seja rígido, caso contrário, o risco de abandonar a nova rotina será maior.
5 – Não se exija demais
Se em um determinado dia você não conseguir realizar sua programação, não encare isso como um fracasso. Reconheça que alguns fatos fogem do seu desejo e e do seu controle. Encare os recomeços como parte indispensável do processo e não se cobre tanto.
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Fontes: Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech e Fabrícia Jung, médica.