Novo tratamento contra câncer de colo de útero é maior avanço em 20 anos
Cientistas acreditam que um novo tratamento contra o câncer de colo de útero é o maior avanço em 20 anos de estudos sobre a doença. A solução é mais simples do que muitos imaginam: um conjunto de medicamentos baratos e já disponíveis em farmácias.
De acordo com estudos apresentados na conferência médica Esmo, a nova abordagem reduziu em 35% o risco de mulheres morrerem da doença. Os resultados, aponta a organização Cancer Research UK, são “notáveis”. Segundo a entidade, a expectativa é que, em breve, médicos comecem a adotar o tratamento.
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Novo tratamento contra câncer: estudo
Para o estudo, 250 mulheres com câncer do colo do útero receberam o novo tratamento contra o câncer de colo de útero. Dessa forma, elas receberam um intensivo de seis semanas de quimioterapia com carboplatina e paclitaxel, seguido pelo tratamento “habitual” de radioterapia, com cisplatina e braquiterapia semanais, conhecido como quimiorradiação.
Outras 250 mulheres, isto é, o grupo de controle, receberam apenas a quimiorradiação habitual. Cinco anos depois, 80% das mulheres que receberam o novo tratamento estavam vivas e em 73% o câncer não havia retornado ou se espalhado.
Em comparação, no grupo de tratamento “habitual”, 72% estavam vivas e 64% não tinham visto o câncer regressar ou espalhar-se. De acordo com a Dra. Mary McCormack, principal pesquisadora do estudo do UCL Cancer Institute e UCLH, este é o maior avanço no tratamento desta doença em mais de 20 anos.
“O importante aqui é que se os pacientes estiverem vivos e bem, sem retorno do câncer em cinco anos, é muito provável que estejam curados, que é que torna isso muito emocionante”, acrescentou em entrevista à BBC.
Como funciona o novo tratamento?
Já existem medicamentos quimioterápicos que são baratos, acessíveis e aprovados para utilização em pacientes. Assim, após o resultado do estudo, os especialistas acreditam que tais medicamentos poderão tornar-se o novo padrão de tratamento contra o câncer de colo de útero.
Eles alertam, no entanto, que nem todas as mulheres com câncer do colo do útero devem ter os mesmos resultados positivos. Isso porque, em muitas das mulheres que participaram do estudo, o câncer ainda não tinha começado a se espalhar por outras partes do corpo. Dessa forma, não está claro até que ponto a terapia funcionaria bem para mulheres com doença em estágio mais avançado.
Além disso, os medicamentos também podem causar efeitos colaterais indesejáveis, incluindo enjoos ou náuseas e queda de cabelo.
Próximos passos
O câncer do colo do útero afeta milhares de mulheres em todo o mundo. Apesar de avanços nos tratamentos de radioterapia, o câncer reaparece em até um terço dos casos, o que faz com que novas abordagens sejam bastante necessárias.
“Estamos entusiasmados com as melhorias que este estudo pode trazer para o tratamento do câncer do colo do útero e esperamos que sessões curtas de quimioterapia de indução sejam rapidamente adotadas na prática clínica”, concluiu o Dr. Iain Foulkes, do Cancer Research UK.