Nova vacina da dengue terá cobertura de público mais ampla
A epidemia da dengue, que existe há mais de 30 anos e é um problema de saúde pública no país, pode estar próxima do controle mais eficiente. Depois da crise em 2022, que superou mais de um milhão de infectados e quase mil óbitos, uma nova vacina da dengue está prestes a chegar ao Brasil.
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Qual será a nova vacina da dengue?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina QDENGA, da farmacêutica japonesa Takeda. Antes, o sistema de saúde brasileiro contava com um imunizante restrito apenas para quem já teve a doença, e não se aplica a todas as faixas etárias.
A Dengvaxia, produzida pela Sanofi Pasteur, é válida apenas para pessoas de 9 a 45 anos. Além disso, a solução está disponível somente em serviços de saúde privados.
Em contrapartida, a nova vacina da Takeda pode ser aplicada tanto em indivíduos que já tiveram a doença, como aqueles que nunca apresentaram a infecção. Outro diferencial é a ampliação da cobertura — o imunizante atende pessoas de 4 a 60 anos de idade.
Com a aprovação pela agência no Brasil, que é o primeiro país da América Latina a receber o produto, será possível minimizar o impacto da dengue.
“Os surtos de dengue e as hospitalizações resultantes causam um impacto considerável no nosso sistema de saúde. Afinal, a doença não só afeta os acometidos, mas a capacidade dos médicos de prestar atendimento a outros pacientes”, comenta Vivian Kiran Lee, diretora executiva de Medical Affairs da Takeda no Brasil.
Esquema de vacinação
De acordo com o comunicado oficial da Takeda, a nova vacina da dengue protege contra quatro sorotipos diferentes da doença e possui duas doses. Com a aplicação da primeira, deve-se aguardar três meses para o reforço.
Quanto à eficácia, a farmacêutica realizou testes por anos e conseguiu obter mais de 80% de proteção contra o vírus da doença. Como resultado, os ensaios clínicos também mostraram queda significativa nas hospitalizações em 90%. A maior causa das internações pela dengue é a variação hemorrágica, que pode ser mortal.
Incorporação ao SUS depende do Ministério da Saúde
Apesar da aprovação da Anvisa, a comercialização do imunizante ao SUS depende do aval do Ministério da Saúde. Em paralelo, o instituto Butantan está trabalhando em uma versão do produto, a qual está em teste há, pelo menos, uma década.
Contudo, os ensaios devem acabar em 2024. Ou seja, até lá, não teremos uma vacina nacional, que também precisa de aprovação da Anvisa.
Enquanto não há novidades e datas, a prevenção continua sendo a principal aliada da população. Portanto, é fundamental remover o foco do mosquito, que é a água parada. Limpar calhas, caixas d’água e piscinas, remover a água de pneus e recipientes em geral são essenciais para manter a distância do Aedes Aegypt.