Nova vacina contra o HPV é lançada no Brasil
Chegou ao Brasil na última quarta-feira (8) uma nova vacina contra o HPV (papilomavírus humano). O imunizante, fabricado pela farmacêutica MSD, é formulado com nove sorotipos, cinco a mais se comparado com a vacina que já existe no país. No entanto, o valor inicial de cada dose pode pesar no bolso: custa entre R$ 800 e R$ 950. No caso de adultos, a recomendação é de três aplicações. Entenda mais sobre a vacina e recomendações.
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Afinal, o que é o HPV?
O HPV é um vírus sexualmente transmissível e afeta mais mulheres do que os homens. Silenciosa nos estágios iniciais, a infecção pelo HPV possui diversos tipos e seus sintomas são variados. Por exemplo, a mulher pode sentir dor durante o sexo, sensibilidade no órgão genital (pênis, vagina e ânus) ou na garganta e verrugas no local de contaminação.
Atualmente, o principal desafio é conscientizar homens e mulheres sobre a importância da vacina contra o HPV. Afinal, sem tratamento, a infecção pode evoluir para um câncer, como o de próstata e do colo do útero, um dos mais mortais entre as mulheres. Especialmente nos países subdesenvolvidos, cuja educação sexual ainda é um desafio.
Vacinação é uma das principais formas de prevenir o HPV
Uma das principais formas de prevenir a infecção e os efeitos negativos do HPV é pela vacinação. A OMS (Organização Mundial da Saúde) reconhece seis tipos de vacinas contra o HPV: três são bivalentes, duas quadrivalentes e uma nonavalente.
Embora diferentes na formulação, todos esses imunizantes protegem contra os dois tipos de HPV que mais causam o câncer de colo de útero. A nova vacina contra o HPV, inclusive, age contra uma quantidade maior de sorotipos, resultando em uma melhoria na proteção.
“A probabilidade de aumentar em mais cinco sorotipos que também causam câncer em menor prevalência […] é ótimo para a possibilidade da gente poder aumentar a resposta e a proteção”, afirma Marcia Abadi, diretora médica da MSD no Brasil, à Folha de São Paulo.
Detalhes sobre a nova vacina contra o HPV
Por ter eficácia contra o câncer de colo útero, tanto a vacina recém-lançada quanto a quadrivalente que já estava disponível no Brasil são essenciais no combater o câncer de colo de útero. No país, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que, entre 2023 e 2025, serão cerca de 15 novos casos da doença por ano a cada 100 mil mulheres. O número faz com que o câncer de colo de útero seja o terceiro com maior incidência entre a população feminina.
Além das mulheres, o imunizante também é indicado para os homens. Dessa forma, mesmo que em menor grau, evita cânceres no público masculino. Por exemplo, o de pênis. Além disso, a vacinação impede que eles transmitam o vírus para mulheres. Ou seja, a imunização masculina colabora, de forma indireta, para a diminuição de cânceres comuns no público feminino.
A nova vacina contra o HPV que conta com maior quantidade de sorotipos ainda não se encontra disponível na rede pública de saúde, mas a diretora médica da MSD afirmou que existe “uma pretensão de uma conversa com o governo”.
Então, por enquanto, o imunizante só é encontrado no mercado privado. Assim, para meninos e meninas de 9 a 14 anos são duas aplicações, enquanto para adultos a recomendação é de três.
Vacina quadrivalente contra o HPV está disponível no SUS
Mesmo com o lançamento da nova versão, a vacina quadrivalente já está disponível no SUS desde 2014. Assim, registra alta eficácia contra os sorotipos do vírus que mais causam cânceres. A introdução do imunizante, inicialmente, foi feita somente para meninas com 11 a 13 anos.
Com o tempo, os meninos também compuseram o público-alvo da vacinação, além de haver o alargamento da faixa etária. Em 2022, ocorreu a última alteração, que fez com que garotos e garotas de 9 a 14 anos estejam aptos a tomarem as duas doses do fármaco. Além disso, pessoas que vivem com HIV e pacientes oncológicos também podem se vacinar de forma gratuita pelo SUS.
Entre os mais jovens, no entanto, a cobertura vacinal ainda não atingiu a meta de 80% da faixa etária. Entre as meninas, cerca de 57% já tomaram as duas doses da vacina. Nos garotos, o número é mais preocupante: 36%.