Neurodermatite: O que é e como tratar a condição
Quando se fala em dermatologia, é possível encontrar uma série de questões de pele que se manifestam de diferentes formas. Uma delas é a neurodermatite, uma condição bastante comum (acomete em torno de 12% da população!), mas pouco discutida.
O que é neurodermatite?
Como dito acima, a neurodermatite é uma condição dermatológica, também chamada de líquen simples crônico. Ela é caracterizada pela liquenificação da pele, ou seja, o seu espessamento com acentuação dos sulcos cutâneos, os “quadriculados” da pele.
“Decorre do ato de coçar e/ou friccionar excessivamente o local”, explica a dermatologista Dra. Elaine Umehara. “É uma condição inflamatória da pele que pode começar com uma picada de inseto ou uma alergia no local (como a dermatite atópica).”
Outros fatores de fundo emocional, como a ansiedade, o estresse e a depressão, podem estar também relacionados ao desencadeamento da neurodermatite. É importante lembrar que a pele, que é um órgão, se comunica com o organismo, por isso, é na pele que percebemos, algumas vezes, os primeiros sinais de uma condição interna, como as doenças psicológicas.
Quais os sintomas da neurodermatite?
Como você deve imaginar pelos parágrafos acima, o principal sintoma da neurodermatite é o prurido, mais conhecido como coceira. “Na pele percebemos uma área de liquenificação que pode ser avermelhada ou esbranquiçada. Pode ter algum grau de descamação e, de tanto coçar, podem aparecer algumas feridas no local”, continua a dermatologista.
Essa é uma condição que, mais comumente, acomete áreas como o dorso dos pés, a região da nuca, a parte inferior do tronco, os joelhos e os punhos. No entanto, isso não significa que ela não possa aparecer em outras áreas do corpo também.
Aliás, uma vez que a coceira é o seu sintoma mais comum, também pode ser o principal agravante dessa condição. Afinal, ao coçar a região o paciente perpetua a condição. Por isso, ao evitar o ato de coçar é possível reduzir a inflamação local e quebrar esse círculo vicioso.
“Outros fatores agravantes são o calor, banhos quentes, uso excessivo de buchas, uso de esfoliantes e o suor”, elenca a médica.
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Quais os tratamentos mais indicados?
Aí vai uma notícia complicada: normalmente, a neurodermatite costuma ser resistente ao tratamento. É preciso, antes disso, observar os fatores desencadeantes e ajustar alguns hábitos no estilo de vida.
“A parte mais importante é evitar o ato de coçar, para desfazer o círculo vicioso: quanto mais coçar, mais coceira vai ter”, reforça. “O uso de antialérgicos e a hidratação do local ajudam bastante e podem ser associadas pomadas de corticosteroides, que devem ser usadas sob supervisão de um médico, pois seu uso prolongado pode ter consequências não só na pele, mas no corpo como um todo.”
Medidas como tomar banho morno ou frio, sem uso de buchas e esponjas, também ajudam no tratamento. Além disso, hidratar a pele de dentro para fora também é muito recomendado aos pacientes: deve-se beber bastante água, pelo menos 2 litros por dia.
O primeiro passo para evitar a neurodermatite é, claro, evitar o seu desencadeamento. Para isso, é essencial evitar o ato de coçar e tomar medidas preventivas para evitar, por exemplo, picadas de inseto. Usar repelentes, mosquiteiros e fechar as janelas antes do final da tarde são boas opções para esses casos.
Banhos rápidos, mornos ou frios, sem esponjas ou buchas e com pouco sabonete (nada de ensaboar o corpo excessivamente), e passar um bom hidratante até 3 minutos após o banho ajuda a preservar a barreira de proteção da pele, reduzindo a chance de alergias.