Neurite óptica: o que é, causas, sintomas e como tratar
A neurite óptica é inflamação do nervo óptico. Como resultado, o nervo não consegue realizar a transmissão adequada da imagem do olho para o cérebro, comprometendo a visão. Alguns casos de inflamação severa ocasionam na perda da bainha de mielina, que reveste o nervo, condição que pode levar à cegueira.
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Causas da neurite óptica
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), a neurite óptica tem causas multifatoriais. Uma delas é a condição autoimune do organismo, que ataca o tecido nervoso do corpo, incluindo o nervo óptico, provocando o desgaste da bainha de mielina. Outras doenças podem ser responsáveis por esse mecanismo de defesa equivocado:
- Infecções como meningite, sífilis e encefalite
- Distúrbios neurológicos.
- Condições autoimunes como a doença de Graves e a esclerose múltipla.
- Além disso, a inflamação do nervo pode acontecer após uma intoxicação por metais pesados ou como reação a um imunizante.
Apesar das múltiplas causas, nem sempre é possível descobrir a origem do problema, o que caracteriza a neurite óptica como uma doença idiopática.
Sintomas
A princípio, a pessoa pode sentir dores ao movimentar um ou ambos os olhos, dor de cabeça e súbita queda na capacidade de enxergar, tanto pessoas e objetos próximos quanto distantes. Em alguns casos, a dificuldade na percepção das cores também é um sinal típico. Por isso, é importante buscar ajuda médica logo no início para o diagnóstico precoce. Além dos sintomas locais, o indivíduo pode ter outros desconfortos, como dormência nos membros, fraqueza e fadiga, sobretudo se a neurite óptica estiver relacionada a outras doenças.
Diagnóstico da neurite óptica
A descoberta da enfermidade deve ser feita por um oftalmologista, que pode realizar testes variados, como a avaliação do fundo dos olhos, reflexos pupilares, campimetria visual, potencial evocado visual, entre outros. Em conjunto, estes exames ajudam a identificar possíveis lesões no nervo óptico que estão provocando os sintomas. A fim de identificar inflamações abrangentes, poderá ser solicitada uma ressonância magnética da cabeça. Assim, é possível verificar inflamações cerebrais comuns à esclerose múltipla, e a presença de tumores na cabeça.
Grupos de risco
A princípio, a neurite óptica pode afetar pessoas de idades variadas. Contudo, a enfermidade atinge pessoas entre 20 e 45 anos.
Tratamento da neurite óptica
A linha de cuidados dependerá de algumas questões: estágio de inflamação do nervo e se há relação com outras doenças. Se houver, deverá ser realizado um tratamento aliado ao da neurite. Mas a maioria dos casos, tanto adultos quanto crianças, apresenta melhorias dos sintomas sem um protocolo específico.
Todavia, isso não significa falta de acompanhamento. Mesmo que a doença desapareça espontaneamente, é essencial manter a rotina médica para monitorar a saúde da visão. No entanto, pode ser necessário o uso de medicamentos à base de corticoesteroides para desinflamar o nervo e até intervenção cirúrgica para descomprimi-lo, caso haja um tumor ou outro fator inflamatório.
Complicações da neurite óptica
Embora muitos casos não causem sequelas, há uma parcela de crianças e adultos que não recuperam a sua visão plenamente, mesmo com tratamentos e cuidados. Como consequência, algumas pessoas podem perder a visão de um ou ambos os olhos.
A boa notícia é que, no caso das crianças, o risco de portar a esclerose múltipla é menor. Logo, a cegueira torna-se menos provável — um estudo sobre a neurite óptica pediátrica chamado Pediatric Optic Neuritis Prospective Outcomes Study, apontou que 76% das crianças recuperaram a visão totalmente em 6 meses após os primeiros sinais da doença.
Referências: SBOP e Journal of Neuro-ophtalmology.