Neuralgia pós-herpética: o que é, sintomas e tratamento
Imagine você passar por um problema de saúde, achar que está curado, mas na verdade, acabar ficando ainda pior. Essa é uma situação corriqueira para quem precisa lidar com a neuralgia pós-herpética, que como o nome sugere, ocorre após o tratamento da herpes zóster.
Causada pela reativação do vírus da varicela, que é popularmente conhecido por ser o transmissor da catapora na infância, a herpes zóster é uma doença que provoca uma irritação dolorosa na pele, criando bolhas superficiais e dores constantes.
Porém, mesmo após um dermatologista tratar o problema e acabar com a reativação do vírus, alguns pacientes podem ter que lidar com a neuralgia pós-herpética. Uma sequela capaz de durar anos se não for tratada corretamente.
Causas da neuralgia pós-herpética
Não existe uma razão conhecida pela ciência para explicar o motivo do vírus da varicela ser reativado no corpo, causando tanto a herpes zóster quando a neuralgia pós-herpética. Mas, o que se sabe, é que o segundo caso somente ocorre após o tratamento do primeiro. Portanto, é necessário um acompanhamento de longo prazo com os profissionais de saúde.
Além disso, o problema estaria relacionado ao sistema imunológico, assim como outras doenças consideradas autoimunes.
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Sintomas
A neuralgia costuma causar sintomas como dor ininterrupta, uma sensação de ardência e queimação, que costuma durar entre poucos meses e dois anos, dependendo do caso de cada paciente.
Essa dor acontece pois o vírus fica alojado em gânglios (conjuntos de células) presentes nos nervos do organismo. O incômodo ocorre principalmente nos nervos intercostais, e por isso, as lesões são distribuídas das costas até o abdômen, seguindo o caminho que o nervo faz.
Existem relatos de casos de pacientes que lidaram com o problema nos nervos cranianos, devido às lesões de herpes zóster na região facial.
Neuralgia pós-herpética: diagnóstico e tratamento
A identificação da neuralgia pós-herpética é feita por meio de histórico clínico. Ou seja, apenas se o paciente relata que sente dor e queimação constante, mesmo após o tratamento da lesão ativa da herpes zóster.
E para o tratamento, o ideal é tentar prevenir o desenvolvimento da neuralgia pós-herpética logo que possível. Como ela é muito mais comum em pacientes idosos e imunocomprometidos, normalmente nesses pacientes, quando desenvolvem as lesões do herpes-zoster (bolhas) recomenda-se a medicação antiviral com o uso de um corticoide.
Para quem já está com sintomas mais graves da neuralgia, o tratamento varia de acordo com a intensidade da dor. Assim, podendo ser usado desde analgésicos comuns até opioides. O médico também pode recomendar, eventualmente, o uso de antidepressivos e de medicações anticonvulsivantes para atuar na diminuição da dor.
Em casos de extrema urgência, até mesmo tratamentos intervencionistas em clínicas de dor e infiltração podem ser acompanhados pelos profissionais de saúde. Nesses casos, a supervisão de um neurologista também é necessária.
Prevenção
Se você está se recuperando de um recente caso de herpes-zóster, é preciso ficar atento com a prevenção do problema. Priorize a utilização de medicação antiviral precocemente, junto com corticoide isolado e com recomendação médica.
O ideal é seguir essa dica assim que iniciam os primeiros sintomas, no máximo dentro dos três primeiros dias.
Fonte: Ana Carolina Sumam, dermatologista formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Possui residência médica em cirurgia dermatológica pelo Hospital Geral de Bonsucesso e é membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.