Afinal, o que faz um médico endocrinologista?
Se você pensou que cuidamos de hormônios acertou. Mas, também fazemos muito mais que isso: somos também metabologistas. Isso que dizer que, além de avaliar e estudar os hormônios, nos preocupamos com a glicose, colesterol e com a quantidade e qualidade dos seus músculos e ossos.
E sim, a nossa especialidade é bem antiga. Descrições de doenças endócrinas datam do século XIX, como a Doença de Graves, de 1835, uma da formas mais comuns de hipertireoidismo, nomeada em homenagem ao médico Robert James Graves.
Desde então, a Endocrinologia e Metabologia têm se desenvolvido não só entendendo como funcionam os hormônios e como regula-los. Mas, hoje, com o avanço das pesquisas, sua ação se estende para conhecer os efeitos das comunicações entre células, genes, proteínas e receptores de hormônios.
A atuação do médico endocrinologista
Posso citar para vocês os diversos sistemas do organismo e doenças em que a especialidade atua, como no diabetes, doenças do colesterol, obesidade e hipoglicemia.
Identificamos e tratamos doenças do sistema reprodutor masculino e feminino. Alterações do ciclo menstrual, fertilidade, menopausa, andropausa, hirsutismo (excesso de pelos), dentre outas. Falando nisso, somos nós endocrinologistas que conduzimos o processo de hormonização transsexual também.
Crescimento em crianças? Também diagnosticamos alterações de crescimento, desenvolvimento – como puberdade. Excesso ou falta de hormônio de crescimento. E como não falar dela? A tireoide! Sabemos que até 10% da população geral pode ter algum tipo de alteração na tireoide, seja hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos de tireoide e até câncer de tireoide, todas essas alterações nós avaliamos e tratamos.
Nesse sentido, não podemos deixar de falar de alterações de ossos como osteopenia, osteoporose, falta e excesso de vitamina D, além de avaliarmos as glândulas suprarrenais e hipófise.
A formação para ser tornar em Endocrinologista e Metabologista é longa: primeiro é a graduação em Medicina que dura 6 anos. Mais dois anos de residência médica em Clínica Médica e dois anos em Endocrinologia e Metabologia. Contudo, caso o médico não faça residência, um outro caminho é ter atuação após a faculdade durante 8 anos: 4 anos na área de clínica médica mais 4 anos na área de Endocrinologia, e obter o título de especialista perante a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).