Lipoaspiração de lipedema: quando o procedimento é necessário?
Excesso de celulite e gordura principalmente nas pernas, joelhos e braços pode ser indicativo de algo além de uma questão estética. De 2022 para cá, o lipedema ganhou status de doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e um dos tratamentos pode ser a lipoaspiração.
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O que é o lipedema?
“O lipedema faz com que as células adiposas cresçam de forma desproporcional, formando nódulos”, explica Tatiana Moura, cirurgiã plástica da USP.
De acordo com a especialista, essa condição que também afeta o sistema linfático. Dessa forma, provoca acúmulo de líquidos entre as células gordurosas e dificulta sua eliminação pelo sistema linfático, agravando dores e parestesias (sensação de frio, formigamento, calor etc).
Diante desses efeitos e por ser uma doença crônica (ou seja, sem cura), a lipoaspiração facilita que a eliminação o excesso de gordura do lipedema.
Afinal, em casos mais graves, a enfermidade pode chegar a gerar lesões nos vasos linfáticos, pela compressão das células gordurosas. Como resultado, pode causar deformidade dos pés e dificuldade de mobilidade.
É o que exemplifica a cirurgiã. “Daí a importância do diagnóstico correto e da ação mais precisa para cada caso”, alerta Tatiana.
Sintomas e diagnóstico
Antes mesmo de exames de imagem, o lipedema o diagnóstico já pode acontecer por meio de exame físico e anamnese para identificar os estágios da doença. Assim, é possível descobrir a melhor metodologia para conter a doença. Ou, pelo menos, gerar um maior conforto de vida à paciente.
Por isso, a médica ressalta a importância de ouvir a história da paciente, saber quando os sinais como dor, inchaço e celulites em excesso começaram a aparecer e como se deu a progressão.
“Mas há também exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico, como o ultrassom de membros inferiores e a ressonância magnética. Ambas as opções permitem analisar o tamanho da camada adiposa”, detalha.
Quando a lipoaspiração do lipedema é necessária?
De forma geral, o procedimento é ideal para quem convive com o grau avançado da enfermidade, ou que sofre com os incômodos no dia a dia.
Contudo, a cirurgiã alerta que a segurança de todo o processo está ligada a limites de gordura que podem ser extraídos em uma única cirurgia. “Realizamos a lipoaspiração das áreas afetadas por etapas, já que só deve ser aspirado um total de gordura equivalente a 7% do peso da paciente”, detalha Tatiana.
Tatiana tranquiliza e afirma que a lipoaspiração do lipedema é extremamente segura. “São feitas pequenas incisões na área afetada do corpo, em que as células de gordura podem então ser extraídas e sugadas por meio de cânulas finas”.
“Em estágios que não exigem a lipoaspiração, os cuidados se concentram em uma mudança de hábitos. Alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, uso de meia compressiva, drenagem linfática e o não-uso de terapias hormonais”, finaliza Tatiana.