Linguagens do amor: como elas interferem nos relacionamentos?
“Se a gente não sabe como a gente se sente amado, como é que vamos saber que o outro está demonstrando amor para nós?”, questiona Eduarda Fontan, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental. Seja em um relacionamento amoroso, de amizade ou familiar, o autoconhecimento e a comunicação são pilares essenciais para que a troca se dê de forma saudável. Em 1992, Gary Chapman escreveu um livro sobre as cinco linguagens do amor. Tais linguagens nada mais são do que formas com as quais as pessoas expressam e entendem o amor.
O autor as dividiu em:
- Toque físico: abraçar, beijar, tocar o ombro, relação sexual;
- Atos de serviço: lavar a louça, levar o carro para lavar, preparar um café da manhã ou jantar, limpar a casa;
- Tempo de qualidade: conversa olho no olho, assistir a um filme juntos, ir ao cinema, tomar um café. Estar, de fato, presente e aproveitando aquele momento;
- Palavras de afirmação: por exemplo, “você é linda, você é importante para mim, eu te admiro, eu acredito em você”.
- Presentes: nesse caso, não precisa ser algo de grande valor. Na verdade, é algum bem material que faz com que você lembre da pessoa e, assim, a presenteie.
Como saber qual é a minha?
Apesar de existirem testes online, a melhor forma de saber qual é a sua linguagem do amor predominante é por meio do autoconhecimento. Acima de tudo, é importante perceber a maneira como se comporta quando deseja demonstrar carinho por alguém. “A gente não tem só uma linguagem do amor, a gente tem uma ou duas que são mais prevalentes, mas geralmente temos todas”, ressalta Eduarda.
Descobrir com quais das 5 linguagens do amor você mais se identifica é válido tanto para o seu próprio desenvolvimento quanto para a relação com outras pessoas. Assim, é possível comunicar as suas preferências e, consequentemente, sentir-se mais amado.
“Por exemplo, se eu me sinto amada com tempo de qualidade, de nada adianta eu ficar ganhando um monte de presentes. Eu vou me sentir amada, mas não tanto quanto tendo tempo de qualidade com as pessoas que eu amo. Porque eu entendo que o tempo de qualidade é mais valioso e é uma forma maior de demonstrar o amor”, exemplifica a profissional.
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Como as linguagens do amor afetam os relacionamentos?
Nem sempre parceiros têm linguagens do amor compatíveis. Nesse momento, o diálogo e a comunicação efetiva são indispensáveis. A psicóloga destaca que a falta de conhecimento ou entendimento sobre a forma com a qual o outro demonstra amor é um dos grandes impasses das relações afetivas.
“Se eu me relaciono com uma pessoa que prefere o toque físico e eu presentes, eu vou ficar dando presentes pra essa pessoa. Mas, para ela, vale muito mais um cafuné vendo um filme, por exemplo, um abraço, um beijo”, diz.
Por isso, perceber como você se sente ao entrar em contato com as diferentes linguagens do amor e comunicar as suas predileções para a pessoa com a qual você se relaciona é tão crucial. A partir da transparência com os próprios sentimentos e do diálogo, é possível procurar um meio-termo, no qual ambas as partes se sintam queridas.
“As linguagens do amor vão interferir em um relacionamento quando, por exemplo, eu me sinto amada com palavras de afirmação, eu sei disso, eu verbalizo isso para o meu parceiro e mesmo assim não faz diferença, ele não toma cuidado em exercer essa linguagem”, explica.
Esse movimento de demonstrar o afeto a partir da linguagem da outra pessoa não acontece de forma superficial e forçada. A ideia é ouvir e legitimar o sentimento do outro e, assim, dar mais atenção para pontos que fazem a diferença na construção de um relacionamento saudável e duradouro.
Fonte: Eduarda Fontan, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental