Leucoplasia: conheça a lesão bucal que pode evoluir para câncer
A leucoplasia é uma lesão que se assemelha a uma mancha ou bolinha branca espessa, que pode ser pré-maligna ou ter células cancerígenas em sua base. Dessa forma, a lesão atinge áreas como boca, gengiva, bochechas, mucosas da via aérea e também na corda vocal e laringe. O principal causador da leucoplasia é o cigarro, mas também pode ter outros fatores desencadeantes. A condição merece uma atenção especial, já que se não for tratada corretamente, pode evoluir para um câncer de boca. Continue lendo e entenda!
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Leucoplasia: saiba mais sobre a lesão bucal
De acordo com o Dr. Domingos Hiroshi Tsuji, médico otorrinolaringologista, para uma célula se tornar cancerígena ela deverá sofrer algumas transformações e uma dessas manifestações é a superfície branca. Porém, isso não é motivo para alarde, já que nem tudo o que é branco é uma lesão pré-maligna ou um foco inicial de câncer.
Outras condições podem ter a mesma semelhança da leucoplasia, como é o caso do famoso “sapinho”, que costuma surgir na mucosa da boca e pode também aparecer na corda vocal ou laringe. Sua causa se dá por um fungo chamado cândida e se manifesta na forma de uma ou mais lesões brancas. Um outro exemplo é a laringite aguda, causada por infecção viral que pode causar lesão esbranquiçada na mucosa.
Como identificar a leucoplasia
O médico aponta que a maioria das leucoplasias da laringe acontece na prega vocal. Um dos sintomas que aparece precocemente é a alteração na voz – isto é, a disfonia – que pode ser percebida como uma rouquidão e raramente vem acompanhado de outros sintomas. Além disso, o indivíduo pode se queixar de:
- Manchas brancas espessas que não causam dor, na maioria das vezes;
- Áreas ao redor da boca que apresentam rigidez e aspecto endurecido;
- Placas brancas na língua, gengiva ou bochechas;
- Outras manchas que não saem com escovação.
Tratamento
Uma vez identificada a lesão branca, é necessário estabelecer o diagnóstico do tipo e da causa o mais rápido possível. Assim, o procedimento médico pode contar com exames de confirmação da condição como biópsia e análise anátomo-patológica.
Quando identificada precocemente, é possível evitar que a leucoplasia evolua para um câncer. Dessa forma, basta uma remoção cirurgica simples e rápida para retirar a lesão.
Além disso, uma das manifestações indicativas de que a célula poderá se tornar cancerígena é a displasia, ou seja, desenvolvimento celular fora do normal, que pode gerar a malformação de um tecido ou órgão de qualquer parte do corpo humano. O paciente com leucoplasia deve passar por uma cirurgia e ter acompanhamento médico por pelo menos cinco anos.
“De modo geral, quando a lesão é identificada como leucoplasia, se entende que ela está em um estágio que precede o câncer, ou seja, em um estado inicial do processo de malignização. Já quando a lesão é confirmada como câncer através da biópsia, o tumor pode estar em diferentes estágios da doença, que dependem do seu tamanho, profundidade e lugar”, indica o médico Dr. Domingos.
Portanto, o médico aponta que quando a biópsia confirma o diagnóstico de câncer, uma segunda cirurgia pode ser necessária para o seu completo tratamento. Além disso, se for uma lesão cuja remoção cirúrgica pode comprometer muito a voz do paciente ou as outras funções vitais da laringe, como a deglutição e respiração, é possível optar pela radioterapia e/ou quimioterapia.
Fatores de risco
Dr. Domingos adverte que é difícil prevenir a leucoplasia, sobretudo quando a pessoa fuma, bebe e tem refluxo, pois são fatores que facilitam o surgimento da lesão. No entanto, há indicativos que a lesão está relacionada aos hábitos de vida.
“Um fumante, por exemplo, tem a mucosa não só da laringe, mas de toda a via aérea irritada por causa do cigarro. Por isso, essa irritação costuma causar alguns sinais e sintomas como a rouquidão, sensação de corpo estranho, dores, pigarro e outros incômodos“, afirma.
Assim, o paciente deve passar por uma investigação mais apurada através do exame videolaringoscopia realizado pelo otorrinolaringologista. A recomendação também vale para pessoas não fumantes, mas que apresentam os mesmos sintomas.
Fonte: Dr. Domingos Hiroshi Tsuji, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.