Leishmaniose: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais
A leishmaniose é uma infecção que afeta pessoas, cães e animais silvestres, e pode ser perigosa se não for tratada. Dependendo de seu tipo, ela pode até matar, principalmente em pessoas cujo sistema imunológico possui alguma deficiência. Neste artigo, saiba tudo sobre a doença em humanos e como se prevenir.
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O que é leishmaniose?
Classificada como uma antropozoonose — doença que faz vítimas humanas e animais — a leishmaniose é transmitida pela picada de mosquitos que se alimentam de sangue, ou flebotomíneos.
Tipos e sintomas
Há dois tipos de leishmaniose, e cada uma tem suas particularidades:
Leishmaniose visceral
Também chamada calazar, é a manifestação mais grave da doença, pois ataca diversos órgãos e de forma súbita. Principalmente baço, medula óssea e fígado. Os sintomas costumam ser febre de longa duração, indisposição, falta de apetite, anemia, palidez e perda de peso. Não raro, causa inchaço abdominal se houver aumento do baço e do fígado.
Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de leishmaniose possui o desenvolvimento lento e crônico. Dessa forma, o diagnóstico pode ser tardio, pois a pessoa demora para buscar atendimento médico. No entanto, o Ministério adverte que a falta de tratamento é capaz de levar o indivíduo a óbito em 90% dos casos, pois pode causar outras complicações como pneumonia e hemorragias. Embora seja agressiva, essa enfermidade atinge mais crianças até os 10 anos de idade.
Leishmaniose cutânea ou tegumentar
Existem três tipos de protozoário que trazem a infecção: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica; e o Leishmania braziliensis, que habita diversos locais do Brasil. Mais comum do que a visceral, também provoca febre, perda de peso e inchaço do baço e do fígado.
Mas a diferença é que a leishmaniose tegumentar é mais branda e apresenta feridas na pele ou nas mucosas (boca e nariz, por exemplo). Essas lesões, ou pápulas, são vermelhas, ovais e podem se expandir, inchar e criar crostas grossas de tecido com pus. Em geral, os sintomas aparecem entre duas e três semanas depois da picada, e podem sumir espontaneamente. Entretanto, as feridas podem inflamar e até deformar a pele, dependendo do local. Como resultado, muitas pessoas precisam de tratamentos e até cirurgias reparadoras para corrigir as cicatrizes da pele, especialmente a do rosto.
Formas de transmissão
De acordo com o Ministério da Saúde, a principal espécie responsável pela transmissão no Brasil é a Lutzomyia longipalpis (ou mosquito-palha). Ao picarem um animal contaminado pelo protozoário Leishmania, esses insetos infectam outros hospedeiros e causam sintomas variados nos seres humanos, dependendo do tipo de leishmaniose.
Diagnóstico
Existe uma série de exames para identificar as variações da leishmaniose. Além do diagnóstico clínico, que consiste na análise dos sintomas e do estado de saúde do paciente, a conduta médica inclui:
- Testes que detectam a presença de anticorpos contra o protozoário no sangue, como o Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) e o teste rápido imunocromatográfico.
- Análise da coleta da medula óssea para confirmar a leishmaniose visceral.
- Biópsia da lesão para identificar o tipo cutâneo.
Em último caso, se houver divergência no resultado do exame para a visceral, serão necessárias amostras de outros locais, como baço ou linfonodo.
Tratamento da leishmaniose
Atualmente, tanto o diagnóstico quanto o tratamento para a enfermidade estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A princípio, estão disponíveis medicamentos que combatem os sintomas de ambas as leishmanioses, que são o antimoniato de meglumina, anfotericina B e a pentamidina. Já a prescrição dependerá de uma série de fatores, como o tipo de protozoário, de leishmaniose, sintomas, entre outros.
Perguntas frequentes
Afinal, a leishmaniose tem cura?
Apesar de não existir uma vacina para a leishmaniose humana, o tratamento com medicamentos consegue eliminar os sintomas e combater a multiplicação do protozoário no organismo. Além disso, a leishmaniose cutânea pode desaparecer sem nenhuma intervenção médica. Todavia, isso não exclui a importância do auxílio profissional — já explicamos que a doença é capaz de gerar úlceras profundas na pele.
Qual médico devo procurar?
Você pode ir a um clínico geral ou infectologista para receber atendimento e suporte para diagnosticar e tratar a leishmaniose. Lembrando que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui recursos para combater a infecção. Então, basta comparecer a uma unidade de saúde ou hospital mais próximo de você.
Dá para prevenir a leishmaniose?
A melhor forma de ficar longe dessa enfermidade é eliminar o foco de mosquitos e cuidar da saúde do seu cão. Veja algumas dicas essenciais:
- Utilize telas contra mosquito nas janelas e repelentes na pele.
- Mantenha os sacos de lixo bem fechados e descarte-os no local correto.
- Dedetize ou aplique inseticidas na residência e remova pontos de acúmulo de água (pneus, calhas, poças etc).
- Redobre a proteção com uso de roupas específicas e repelentes se for adentrar uma zona de mata.
- Tenha uma rotina de limpeza frequente em casa.
- Por fim, vacine seu cão contra a leishmaniose canina e não deixe que ele passeie pela mata ou em locais onde o mosquito pode viver.
Referências: Ministério da Saúde; MSD Manuals; e Biblioteca Virtual em Saúde.