Langya: China faz alerta para novo vírus em humanos
A China fez um alerta sobre a identificação de um vírus denominado Langya henipavirus (LayV) no país. De acordo com as autoridades locais, ele já causou infecções em ao menos 35 pessoas entre 2018 e 2021, que só foram relatadas recentemente na revista científica The New England Journal of Medicine.
Dessa forma, os casos se concentram nas províncias de Shandong e Henan, segundo informações do Centro de Controle de Doenças de Taiwan (TCDC). Por essa razão, a região deu início a procedimentos de teste para encontrar o vírus e rastrear sua disseminação, além do alerta de precaução.
Os sintomas de pessoas infectadas com o vírus Langya são similares aos de uma gripe ou até da infecção pelo coronavírus e não há informações sobre mortes. A boa notícia é que especialistas asseguram que a detecção do novo vírus está longe de significar uma nova pandemia. Entenda.
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O que é o langya?
O langya pertence ao grupo de Henipavírus, que já causou surtos de infecções altamente letais em humanos. Dessa forma, outros patógenos do gênero foram responsáveis por surtos e infecções graves na Ásia e na Oceania, sobretudo aqueles conhecidos como “primos” do LayV. São eles: Hendra henipavírus (HeV) e Nipah henipavírus (NiV).
A infecção pelo Hendra henipavirus (HeV) é rara, mas a taxa de mortalidade chega a 57%, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Já nos surtos do Nipah henipavirus (NiV), a taxa de mortalidade variou de 40 a 70% das infecções. Ambos causam problemas respiratórios e neurológicos. O Nipah foi descoberto em 1999 na Malásia e em Singapura, e foi responsável por 100 mortes em 300 casos. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) o incluiu na lista de vírus com potencial pandêmico.
Afinal, como ocorre a transmissão?
Não há sinais de transmissão no contato de pessoa para pessoa. “O rastreamento de contatos próximos de nove pacientes com 15 familiares não revelou transmissão do LayV. Mas nossa amostra era muito pequena para determinar se há transmissão do vírus entre humanos”, escrevem os especialistas no artigo.
Dessa forma, segundo os cientistas, a origem da infecção é animal. Há indícios de que o musaranho, menor mamífero do mundo e conhecido como “um rato com focinho de porco”, possa ser um reservatório natural do vírus. Cerca de 25 animais estão sendo estudados para verificar se são portadores do vírus. De qualquer modo, os henipavírus estão naturalmente abrigados em morcegos frutíferos.
Sintomas do langya
De acordo com a revista científica, os sintomas de 26 casos descritos no estudo foram analisados em detalhes. Neles, 100% dos pacientes tiveram febre e, em alguns casos, outros sintomas, como fadiga (54%), tosse (50%), dor de cabeça (35%), vômito (35%). Foram registradas ainda algumas anormalidades no funcionamento do fígado (em 35% dos pacientes) e rins (8%). Conforme já mencionamos, não há informações sobre eventuais mortes, tampouco relatos de casos no Brasil.