Jorge Aragão está com câncer raro; o que é o linfoma?
Neste último domingo (17), o cantor Jorge Aragão revelou que está com câncer. A notícia chegou por meio da assessoria do artista, em post no Instagram. De acordo com a nota, o cantor descobriu um linfoma não-Hodgkin ao fazer uma bateria de exames. “O artista iniciará imediatamente seu tratamento e segue confiante”, diz um trecho do texto.
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O que é o câncer do cantor Jorge Aragão?
O linfoma se enquadra em duas classificações: o Hodgkin, mais raro e com maior prevalência em jovens de 15 a 25 anos, com menor escala em adultos de 50 a 60 anos. E o não Hodgkin, igualmente raro e mais frequente em indivíduos com mais de 60 anos, caso de Jorge Aragão.
Apesar da incidência menor, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de casos duplicou nos últimos 25 anos — as causas ainda são desconhecidas.
Assim como a leucemia, os linfomas afetam o sistema linfático. No caso do não-Hodgkin, existem três tipos, conforme a célula atingida. O mais comum é o linfoma de células ou linfócitos B, que representa 85% de diagnósticos do não-Hodgkin.
“A boa notícia é o fato de os linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial”, afirma Mariana Oliveira, oncohematologista da Oncoclínicas São Paulo.
Infelizmente, o êxito do tratamento ainda é um desafio, pois a maioria dos pacientes descobre a condição em estágio avançado.
Sintomas e tratamento
Geralmente, os sintomas são:
- Dor abdominal.
- Perda de peso.
- Fadiga.
- Coceira no corpo.
- Febre.
- Aumento dos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço.
Eventualmente, a doença pode acometer órgãos além do sistema linfático. Por exemplo, baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
“As duas categorias – Hodgkin e não-Hodgkin – apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades”, explica Mariana Oliveira.
Em certas situações, terapias alvo-moleculares, que atacam uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser úteis. “Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fosse um ‘míssil teleguiado’ – que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo”, ressalta a médica.
No entanto, dependendo da extensão dos tumores e da eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea.
Com o crescimento gradual de diagnósticos, novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para combater os linfomas. Sobretudo para os que não respondem aos tratamentos convencionais.
A especialista fala sobre o autotransplante, tratamento que envolve uma quimioterapia mais intensa seguida pela infusão da medula do próprio paciente. Outra opção é a imunoterapia, que estimula o organismo do paciente a reconhecer e combater as células tumorais.
“De forma bastante simplificada, os imunoterápicos desativam os receptores dos linfócitos. Assim, permite o reconhecimento das células doentes. Isso faz com que o organismo volte a combater o tumor, sem causar efeitos colaterais comuns a outras medicações”, finaliza Mariana Oliveira.