Jogo patológico: o vício em jogos e seus malefícios

Bem-estar Equilíbrio
12 de Agosto, 2022
Jogo patológico: o vício em jogos e seus malefícios

Nada melhor do que se reunir com os amigos e familiares no final de semana para jogar um baralho ou banco imobiliário, não é mesmo? Existem inúmeros tipos de jogos, inclusive os de aposta, que apesar de não parecerem, podem ser muito perigosos. Isso porque, algo que era para ser apenas diversão, pode transformar-se em vício: a patologia, inclusive, é conhecida como jogo patológico.

O que é jogo patológico?

De acordo com Rejane Sbrissa, psicóloga cognitiva, o jogo patológico é uma patologia progressiva e crônica em apostar em jogos de azar. 

“A pessoa fica incapaz de resistir ao impulso de jogar, perde o domínio sobre quanto tempo ou dinheiro gasta jogando, mesmo com os diversos prejuízos que isso possa lhe trazer”, diz.

Mas este problema não está relacionado apenas aos jogos em casino, também refere-se a qualquer modalidade de jogo, seja em ambiente físico ou on-line.

Causas do jogo patológico

Rejane explica que o jogo patológico faz parte dos transtornos de hábitos e impulsos. Ou seja, é uma compulsão que está entre os transtornos do espectro obsessivo compulsivo.

As causas do problema são diversas. Dessa maneira, as principais incluem: 

  • Baixa auto-estima;
  • Depressão;
  • Ansiedade generalizada;
  • Bullying;
  • Baixo nível de sociabilidade;
  • Impulsividade não controlada.

Sintomas

Antes de mais nada, é importante lembrar que o jogo patológico não tem sintomas tão específicos. Mas a psicóloga entrevistada listou alguns sinais que podem ajudar a identificar o transtorno:

  • Preocupação frequente com o jogo.; 
  • Necessidade de aumentar as apostas para alcançar a excitação desejada; 
  • Esforço repetitivo e mal sucedido em controlar, diminuir ou parar este comportamento; 
  • Ameaças ou perdas de relacionamentos importantes; 
  • Perder oportunidades de emprego;
  • Passa a maior parte do tempo jogando; 
  • Aumento da irritabilidade;
  • Agressividade; 
  • Cometer atos ilegais para financiar o jogo, como falsificações e roubos, por exemplo;
  • Utilizar o jogo como forma de fuga dos problemas do dia a dia;
  • Descontrole financeiro;
  • Problemas com relações interpessoais.

Leia também: Vício em jogos eletrônicos é considerado uma doença; entenda

Quando buscar ajuda psicológica?

O hábito de jogar e o vício tem grandes diferenças. Se você gosta de jogar e apostar, mas isso não interfere negativamente em nenhuma área de sua vida, não há com o que se preocupar.

Por outro lado, Rejane lembra que o ideal é procurar ajuda psicológica ao perceber que os seus comportamentos estão perdendo o controle. “Quanto antes perceber e buscar ajuda melhor. Em muitos casos, também é necessário ajuda psiquiátrica, quando tiver instalado problemas de saúde mental como depressão e ansiedade”, diz.

Tratamento

A boa notícia é que, sim, tem cura e tratamento para o jogo patológico! No entanto, o indivíduo deve perceber os sintomas e buscar tratamento por vontade própria.

De acordo com Rejane, a psicoterapia cognitiva comportamental é uma das melhores alternativas para lidar com o vício em jogos. Assim, durante as sessões, o terapeuta buscará entender as raízes do problema e os possíveis gatilhos. 

A internação psiquiátrica também funciona em casos mais graves, nos quais o paciente tem uma depressão severa e risco de suicidio, por exemplo. 

“Muitas pessoas perdem tudo com o jogo patológico. Jogam até ficarem sem bens materiais, apostando casas, carros, etc. E isso afeta também as relações com outros, seja familiares, amigos ou cônjuge. Também é aconselhável que a família faça psicoterapia. Pois é uma doença que faz mal não só ao jogador compulsivo como a todos que convivem com ele”, finaliza a profissional.

Fonte: Rejane Sbrissa, psicóloga cognitiva.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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