Jogar videogame pode melhorar a cognição das crianças
Embora seja comum entre as famílias brasileiras, pais ainda ficam em dúvida sobre deixar o filho jogar videogame. A boa notícia é que a ciência continua olhando para isso e um novo estudo descobriu que crianças que se divertem com os games tiveram melhor desempenho em testes de habilidades cognitivas do que aquelas que não jogam nada.
De acordo com a pesquisa publicada no periódico científico JAMA Network Open, chegou-se a essa conclusão por meio da análise da ressonância magnética das 2.217 crianças que participaram do estudo. Elas tinham entre nove e dez anos. Assim o levantamento descobriu que os menores que jogavam videogame tinham mais atividade cerebral em áreas relacionadas à atenção e memória.
“As descobertas são consistentes em relação a que os videogames melhoram as habilidades cognitivas que envolvem a inibição da resposta e a memória de trabalho”, disseram os pesquisadores envolvidos na produção do estudo. Para chegar a essa conclusão, eles partiram dos dados do levantamento “Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD)”, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde.
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Só que os cuidados com o ato de jogar videogame devem continuar!
Embora a pesquisa tenha resultados promissores, isso não significa que a criança deva fazer uso do dispositivo deliberadamente. Por exemplo, o levantamento mostrou que os participantes mirins jogavam videogame por volta de três horas por dia – e não mais do que isso. Assim é importante que os pais controlem o uso de telas para que ele não deixe de ser saudável.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o tempo de exposição varia conforme a idade da criança e do adolescente. Dessa forma as recomendações por faixa etária são:
- Crianças de dois a cinco anos: 1 hora por dia, com a supervisão dos responsáveis;
- Crianças de seis a dez anos: de 1 a 2 horas por dia, com a supervisão dos pais;
- Adolescentes de 11 a 18 anos: de 2 a 3 horas por dia, evitando que eles virem a noite jogando.
Independente da idade, não é indicado que crianças e adolescentes usem as telas durante as refeições ou ao se deitarem. Assim recomenda-se que eles desconectem de uma a duas horas antes de dormir.
Sem o controle em relação ao uso de telas, esse público pode sofrer com irritabilidade, ansiedade, depressão, transtornos do sono, sedentarismo, bullying e até mesmo com problemas visuais e auditivos.
Referências: