Ex-jogador da NFL perde 45 quilos com jejum de 40 dias. Existem riscos?

Russell Okung, ex-jogador da NFL (liga nacional de futebol americano), compartilhou a sua jornada de emagrecimento nas redes sociais. Aos 34 anos, Russell impressionou os seguidores ao perder 45 quilos com uma prática um tanto quanto inusitada: um jejum de 40 dias. 

De acordo com o ex-atleta e campeão do Super Bowl 2014, o jejum extremamente rígido não previa nenhuma janela para alimentação, abrindo espaço somente para o consumo de água. 

“Ao acalmar minha fome física, desbloqueei clareza mental e revelação espiritual. Uma reinicialização total. Como atleta de elite, sempre me disseram para comer muito, ficar forte. Eu nunca questionei isso. Mas romper, abraçar o jejum, mudou tudo. Não sou apenas mais leve; estou mais leve de espírito”, afirmou o ex-atleta em sua conta do Twitter.

The journey from being a 330+ lbs @NFL football player to 100+ lbs lighter – has been unreal! A new me, a new chapter.

The number one question I keep hearing is: “how did you do it?” pic.twitter.com/bLBDGe1h7c

— OKUNG 🕊️ (@RussellOkung) June 6, 2023

Ainda que Russell não tenha divulgado detalhes do seu processo de emagrecimento, como o uso de suplementos ou acompanhamento médico, os resultados são notáveis. Mas será que a prática é segura para a saúde? Confira a seguir. 

Jejum de 40 dias é seguro? 

Embora o jejum tenha benefícios comprovados, a prática extrema pode não ser segura para todos. O motivo é que cada pessoa possui uma individualidade biológica que deve ser respeitada. Ou seja, não são todas as pessoas que podem ficar longos períodos sem comer, como Russell.

Inclusive, o ex-atleta só conseguiu ficar tantos dias abstendo alimentações pois tinha um estoque de gordura suficiente para que o seu corpo utilizasse esse combustível para manter as funções vitais. 

Segundo o médico nutrólogo, o Higor Vieira, o jejum por conta própria torna a prática perigosa. Isso porque a dieta exige um planejamento adequado, além da análise de condições de saúde prévias. “Com o acompanhamento de um profissional e sendo usada como uma ferramenta durante um certo período, ela pode ser feita com segurança”, explica.

Por isso, do mais brando ao mais extremo, todo jejum deve ser acompanhado necessariamente por um profissional de saúde. Sem os devidos cuidados, a abstenção de comida pode causar desnutrição, desidratação, hipoglicemia, fraqueza muscular e dificuldades de concentração. Além disso, existe ainda o risco de se desenvolver transtornos alimentares como bulimia e anorexia. 

Outro ponto essencial é que o jejum de 40 dias é difícil de ser mantido a longo prazo, já que a restrição total de alimentos causa fraqueza e falta de energia. Portanto, a prática tende a se restringir a um período apenas. Vale ressaltar que existem outras formas — menos penosas — de praticar o jejum e obter benefícios como o jejum intermitente, 16/8 e o método 5:2.

Os benefícios do jejum vão além da perda de gordura corporal e, quando feitos com acompanhamento médico, a prática pode ajudar no controle de glicemia e fortalecimento da saúde do coração. 

Veja também: Jejum Intermitente para iniciante: Como fazer