A insulina é um hormônio produzido pelo corpo humano, mais precisamente no pâncreas, com a função de controlar o nível de glicose (açúcar) no sangue e fornecer energia ao organismo. No entanto, quando o pâncreas não produz quantidades suficientes de insulina, surge o diabetes, que é caracterizado pelo aumento de açúcar no sangue. Quando há falta desse hormônio, é necessário repor por meio de injeções, como no caso do diabetes tipo 1 e, em alguns casos, do diabetes tipo 2. Há diversos tipos de insulina, mas um dos mais conhecidos é a Insulina Humana Recombinante NPH (Neutral Protamine Hagedorn) ou simplesmente insulina NPH. Vamos entender melhor a sua importância para quem convive com diabetes!
A descoberta da insulina, em 1921, foi um marco na história mundial, permitindo que milhares de pessoas com diabetes pudessem continuar a viver. A princípio, a primeira insulina comercializada foi a Regular, que necessitava de várias aplicações ao longo do dia. Mas, poucos anos depois, foi sintetizada a insulina NPH, de origem humana, desenvolvida em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante. Além disso, a NPH possui um tempo de ação mais prolongado em relação à Regular, diminuindo a quantidade de aplicações diárias. A NPH tem pico de ação entre 4 a 10 horas, durando até 18 horas no organismo e pode ser aplicada de uma a duas vezes por dia.
Essa insulina é indicada tanto para crianças quanto adultos, mas também é segura para gestantes com diabetes do tipo 1 e 2, seguindo a orientação médica. Além disso, geralmente, a NPH é utilizada juntamente com a insulina de ação rápida (como a Regular) e serve para equilibrar os níveis de açúcar ao longo do dia. Enquanto a Regular é mais utilizada antes das refeições para controlar os níveis de glicose após ingestão de alimentos.
A dosagem indicada deste medicamento varia de acordo com o tipo de diabetes, peso corporal e níveis de glicemia do paciente. Por isso, o seu tratamento é individualizado, sendo essencial o acompanhamento de um profissional, de preferência, um médico endocrinologista.
O médico é o profissional que irá prescrever a insulina, determinar a dose utilizada e o tempo de utilização, de acordo com a avaliação individual do paciente. Isso porque o médico precisa avaliar a saúde como um todo, incluindo as taxas de glicemia feitas tanto pelo automonitoramento (controle da glicose feito pelo paciente com o uso de fitas e glicosímetro) e pela determinação periódica da hemoglobina glicada (exame que indica a avaliação do controle da glicose nos três meses anteriores à sua realização).
De acordo com os especialistas, a insulina NPH não é indicada em alguns casos. São eles:
A quantidade excessiva de insulina pode causar hipoglicemia (nível de açúcar abaixo de 70mg/dL no sangue). Entretanto outros fatores também podem levar a esse quadro, como alimentação em horários errados e até mesmo a prática de exercícios físicos em excesso. Os sintomas de hipoglicemia são:
Para tratar a hipoglicemia, a recomendação geral é ingerir de 15 a 20g de carboidratos de rápida absorção, como uma colher de sopa de açúcar em um copo de água ou sachês de glicose vendidos em farmácia. Após, aguardar 15 minutos, medir novamente e repetir o processo até que a glicemia esteja superior a 70 mg/dL. Além disso, é essencial que o paciente faça o monitoramento da glicose após o uso.
Como evitar a hipoglicemia:
Assim como o paciente pode ter hipoglicemia, também há a possibilidade de ele ter hiperglicemia (alto nível de glicose no sangue). Esses casos normalmente acontecem se o paciente comer mais que o habitual e tomar menos insulina do que a dose recomendada. Ou em casos de infecção ou erros na contagem de carboidratos. Geralmente, os principais sintomas de hiperglicemia são:
Entretanto, é bom lembrar que, em muitos casos, a hiperglicemia pode ser silenciosa e apresentar poucos sintomas. Por isso, a importância de monitorar a glicemia com frequência, seguindo a recomendação médica.
De acordo com os especialistas, o mais indicado para sair do quadro de hiperglicemia, é consultar o médico que poderá ajustar uma nova dose de insulina NPH ou de insulina Regular para estabilizar a quantidade de açúcar no sangue do paciente.
Por se tratar de um medicamento, a insulina NPH pode ser comprada em qualquer farmácia: é preciso receita médica, mas não é feita a retenção dela. Além disso, o medicamento também é oferecido gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) por meio de seringas ou canetas de aplicação, mas também é necessário ter a prescrição médica.
Leia mais: Afinal, o que é diabetes?
Fontes: Odilon Denardin, endocrinologista consultor Médico do Labi Exames e Gabriela Lervolino, endocrinologista titulada pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).