Insuficiência de vitamina D pode aumentar risco para câncer de mama
O câncer de mama é a neoplasia que mais afeta as mulheres por todo o mundo. A doença não escolhe nome nem classe social — aliás, boa parte das ocorrências se concentram nos países desenvolvidos. Embora não existam fatores de risco específicos para o desenvolvimento da doença, a ciência se dedica a descobrir mecanismos para entender a “motivação” do câncer de mama. Em uma revisão publicada na revista Breast Cancer, os pesquisadores notaram que a maioria das pacientes oncológicas tinha algo em comum: insuficiência de vitamina D.
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Insuficiência de vitamina D: como o quadro colabora com o câncer de mama?
A hipótese, de acordo com o artigo de revisão, é que a insuficiência de vitamina D pode causar mutações em um gene chamado ID1, que está associado ao surgimento do câncer de mama e outros tipos de tumor.
Esta não é a primeira vez que a medicina investiga a relação entre o câncer de mama e a vitamina D, que desempenha diversos papéis no organismo. Por exemplo, garante o transporte e o equilíbrio dos níveis de cálcio, e atua na saúde dos sistemas imunológico, cardiovascular e nervos.
De acordo com o estudo Vitamin D and Breast Cancer: Latest Evidence and Future Steps, a prevalência mundial de insuficiência de vitamina D é de aproximadamente 1 bilhão. Esse quadro pode contribuir para o avanço de 20 tipos diferentes de câncer, na avaliação da pesquisa.
Níveis adequados do hormônio podem prevenir condição
Apesar da deficiência de vitamina D ser um possível fator de risco para a doença, outros estudos apontam que a quantidade ideal do hormônio pode ter efeito protetor. No entanto, faltam evidências que apontem o nível de eficicácia da vitamina sobre os demais fatores de risco da doença.
Em contrapartida, o aporte equilibrado do nutriente em todas as fases da vida beneficia a saúde em geral. No caso das mulheres, por exemplo, há diversas vantagens. Durante a gravidez, a vitamina D participa da formação saudável do bebê, inclusive da musculatura. Além disso, evita infecções na gestação, tanto na mãe quanto no feto.
Um estudo recente, publicado no Journal of Public Health, reforça o benefício da vitamina D para a gravidez. Ao todo, 965 gestantes receberam suplementações diárias de vitamina D ou de placebo. As que tomaram o suplemento tiveram parto natural de forma espontânea, representando um número maior do que aquelas que receberam placebo, que somaram 57,9%.
Além disso, os pesquisadores também cruzaram os dados das mulheres que precisaram de uma cirurgia cesárea para dar à luz. Assim, os dados dos dois grupos analisados foram semelhantes, são eles: vitamina D: 21,3%; placebo: 22,7%.
Vitamina D na menopausa
A menopausa é repleta de oscilações hormonais que impactam em mudanças físicas e mentais da mulher. Nesse processo, o corpo perde nutrientes e a parte da capacidade de absorvê-los corretamente.
Dessa forma, a suplementação pode ser necessária em casos de insuficiência de vitamina D. Afinal, a queda do hormônio juntamente com o cálcio é responsável pelo quadro de osteoporose, que atinge majoritariamente a população feminina.
A perda de massa muscular é mais revés da menopausa e do envelhecimento, que pode ser reduzida com o ajuste adequado da vitamina D e da reposição hormonal.
Como saber se devo suplementar?
É possível descobrir se você tem insuficiência de vitamina D por meio de exame de sangue.
Os níveis normais são:
- População saudável abaixo de 60 anos: Superior a 20 ng/mL.
- População acima de 60 anos e grupos de risco: 30 a 60 ng/mL.
Os grupos de risco para hipovitaminose D, ou seja, com falta da vitamina no organismo, são:
- Mulheres grávidas ou que estão amamentando.
- Pacientes que não podem ter exposição solar.
- Pessoas com osteomalácia, raquitismo, osteoporose ou hiperparatireoidismo.
- Quem sofre com fraturas ou quedas recorrentes.
- Pessoas com doenças autoimunes, doença renal crônica ou síndromes de má absorção (como após cirurgia bariátrica e doença inflamatória intestinal).
- Indivíduos que usam medicamentos que possam interferir na formação e degradação da vitamina D (por exemplo, terapia antirretroviral, glicocorticoides e anticonvulsivantes).