Infecção no útero: Sintomas, causas e tratamento
O útero é um órgão complexo e pode acontecer de ele, assim como tantas outras partes do corpo, sofrer de infecções. Por isso, conversamos com o obstetra e especialista em reprodução humana Dr. Fernando Prado para entender melhor sobre infecção no útero.
O que sabemos sobre infecção no útero?
De acordo com o médico, o útero, em si, raramente infecciona. Porém, a sua camada de revestimento, o endométrio, é bastante afetada por uma série de infecções. “As mais comuns são decorrentes de infecções na vagina, que acabam atingindo por comunicação a cavidade uterina e o endométrio, que é esse tecido de revestimento. Essas infecções mais comuns são causadas por bactérias como Gardnerella e Tricomonas e fungos como a Candidíase, mas também temos DSTs, como o HPV, a Clamídia e a Gonorreia”.
Sintomas da infecção no útero
Os sintomas são bastante variados e dependem do agente causador. Vão desde coceira até sangramentos fora do período menstrual, passando por corrimentos esverdeados, purulentos, com mal-cheiro. O corrimento também pode ser esbranquiçado, cinza ou marrom, novamente dependendo de qual microorganismo o causou. Por fim, pode haver ainda dor durante a relação sexual, febre ou uma pressão ou dor na região pélvica.
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Como são feitos os diagnósticos das infecções uterinas?
Geralmente, o diagnóstico pode ser feito com o relato da paciente somado a um exame físico pelo médico ginecologista, que vai avaliar o aspecto do corrimento e se há dor quando se palpa a região do colo do útero. “Também pode-se usar um ultrassom transvaginal e coleta de secreção para análise em laboratório. Em casos mais avançados, ou com dúvida no diagnóstico, até mesmo uma tomografia pode ser utilizada”, continua o Dr. Fernando.
Por fim, os tratamentos são quase totalmente via antibióticos orais ou na veia, nos casos mais graves – isso porque os cremes vaginais não são efetivos quando a infecção saiu da vagina e atingiu o útero. “Nas situações mais extremas, em que a infecção já saiu do útero e atingiu as tubas uterinas ou mesmo a cavidade pélvica, uma cirurgia pode ser necessária para drenar o pus que se acumulou no local. Estes são casos bastante sérios e com risco de morte. Por sorte, são também mais raros”, diz.
Portanto, a recomendação é procurar um médico assim que perceber os primeiros sinais ou sintomas, de forma a evitar complicações.
Fonte: Dr. Fernando Prado, obstetra e especialista em reprodução humana.