Implante que trata depressão é aplicado pela 1ª vez no Brasil
Pela primeira vez no Brasil, um paciente recebeu um implante de eletroestimulação para tratar depressão resistente. O procedimento ocorreu no dia 11 de agosto, no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis (SC). Os dois pacientes foram selecionados pela área psiquiátrica da instituição após realizarem outros tratamentos para a doença no hospital, mas não apresentaram resultados satisfatórios. Entenda mais sobre o dispositivo.
Leia mais: Depressão: o que é, causas, sintomas e tratamentos
O que é depressão resistente?
A depressão refratária ou resistente é caracterizada quando pacientes já passaram por tratamentos convencionais, com o uso de antidepressivos duas ou mais vezes, mas não houve melhora do quadro. De acordo com um estudo feito na América-Latina, 30% das pessoas afetadas pela doença apresentam esse tipo.
Implante que trata depressão: como funciona?
O dispositivo estimula o nervo vago, um dos principais responsáveis pelos estímulos parassimpáticos (involuntários) do nosso organismo. A cirurgia para o implante que trata a depressão resistente ocorre por meio de anestesia geral.
Nesse sentido, o funcionamento do aparelho é similar ao de um marca-passo cardíaco. De acordo com especialistas, os riscos da cirurgia são baixos e o paciente recebe alta no mesmo dia.
Quem pode fazer o implante?
Os pacientes são aqueles que já fizeram tratamentos contra a depressão resistente e não obtiveram resultado satisfatório. No entanto, atualmente, só é possível fazer a cirurgia por meio particular.
Implante realmente melhora a depressão?
De acordo com especialistas, os benefícios começam a surgir entre três a sete meses após o implante e os sintomas melhoram em até 70%. Nos EUA, um estudo observacional acompanhou por cinco anos 795 pacientes que sofriam com depressão resistente. Os participantes tinham o problema há pelo menos dois anos e falharam em quatro tratamentos ou mais. Os pesquisadores compararam os resultados de melhora clínica entre os pacientes que tiveram o nervo vago estimulado e os que não tiveram.
Após a estimulação elétrica do nervo, o grupo apresentou melhora clínica dos sintomas 26,7% maior em comparação ao grupo que adotou o tratamento usual. Além disso, uma taxa de remissão dos sintomas 17,6% superior. Por fim, dispositivos semelhantes na neurocirurgia estão se tornando cada vez mais comuns e representam um avanço significativo na vida dos pacientes.