Implante coclear: dispositivo ajuda a recuperar a função auditiva
A perda auditiva, ou seja, a diminuição da capacidade de detectar sons, pode ser parcial ou total. A condição é bastante frequente: somente no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, acomete 2,2 milhões de pessoas. Já o primeiro Relatório Mundial sobre Audição, publicado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê que 1 a cada 4 indivíduos (cerca de 2,5 bilhões de pessoas) terá algum grau de perda auditiva em 2050. Quando a surdez é severa ou profunda, um dos tratamentos indicados é o implante coclear, uma cirurgia que consiste na inserção de um aparelho para a reabilitação. Entenda.
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O que é um implante coclear?
O implante coclear, como o próprio nome indica, é implantado no ouvido para recuperar a audição de pacientes com surdez. Ele funciona por meio da corrente elétrica, enviando um estímulo para o feixe de eletrodos localizado na cóclea, isto é, porção anterior do labirinto, que fica na região do ouvido interno. Assim, estimula os feixes neurais do nervo auditivo e envia a informação para o cérebro. Possui, ainda, um dispositivo externo com uma antena para captar o som que se acopla por meio de um ímã.
A cirurgia demora de 3 a 4 horas. No entanto, o paciente não começa a escutar imediatamente.
Ele pode, sim, receber alta no mesmo dia da cirurgia, mas a ativação do dispositivo ocorre um mês após a cirurgia. Além disso, o processo de habilitação ou reabilitação da audição pode demorar alguns meses.
Quando é para quem é indicado o implante coclear?
De acordo com o Dr. Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista, o implante é recomendado para todas as pessoas com perdas auditivas de grau severo a profundo, que não se beneficiam dos aparelhos convencionais.
Pessoas que nascem com surdez e recebem o implante ainda bebês, não percebem a diferença do aparelho. No entanto, pacientes implantados após perder a audição podem ouvir sons com pequenas características metalizadas, ocasionados pelo tempo de uso.
Qual a idade mínima para fazer o implante coclear?
Segundo o especialista, bebês a partir de 6 meses a 1 ano de vida já podem receber o implante. Além disso, idosos também podem fazer a cirurgia. “Não tem idade máxima para operar, desde que a indicação seja correta e o paciente possua condições clínicas de ser submetido a procedimento cirúrgico”, explica.
O procedimento é contraindicado para pacientes sem cóclea ou nervo, com tempo muito prolongado de privação auditiva, assim como pacientes sem condições de saúde para procedimentos cirúrgicos.
Perguntas frequentes sobre o implante coclear
Quanto tempo dura?
Por ser um dispositivo eletrônico, o aparelho está sujeito a falhas de componentes. No entanto, segundo o especialista, há pacientes usando há mais de 10 anos sem nenhuma intercorrência.
Pode tomar banho ou nadar com o implante coclear?
Por ser um componente interno, isto é, localizado debaixo da pele e do músculo, não é possível removê-lo. Por outro lado, é possível remover o processador de fala, que é um dispositivo externo com uma antena, cabo e bateria, embora possua proteção de água.
Qual a diferença do implante e do aparelho auditivo?
Os aparelhos convencionais são amplificadores tecnológicos que dão estímulos acústicos. No entanto, eles apenas amplificam os sons. O implante, por sua vez, é uma prótese que substitui o órgão da audição a partir de estímulos elétricos.
Quais os riscos de uma cirurgia de implante coclear?
Por fim, o médico relembra que toda cirurgia tem risco. No caso do implante coclear, há risco de meningite, paralisia do nervo facial e infecções de pele.
Fonte: Dr. Fernão Bevilacqua, Médico Otorrinolaringologista do Alfa Instituto de Comunicação e Audição.