Impacto do diagnóstico de câncer para os familiares do paciente
Receber o diagnóstico de câncer não é nada fácil, pois essa doença envolve um tratamento complexo e um alto índice de óbito. Afinal, é comum não saber como agir no primeiro momento. Mas a notícia também impacta a saúde mental dos familiares, amigos e pessoas próximas ao paciente. Por isso, é muito importante entender como lidar com a situação.
Cada um tem uma experiência diferente com o diagnóstico da doença, mas a psicóloga Denise Ayres D’Avila afirma que a rede de apoio costuma sentir medo, insegurança, dúvida e tristeza. “São emoções naturais à pessoas que possuem laços afetivos com pessoas acometidas por essa doença. O misto de sentimentos costuma trazer grande ansiedade e descontrole emocional. Por isso, se faz importante um apoio psicológico nesses casos”, diz.
Como contar para os familiares sobre o diagnóstico de câncer?
Receber notícias como o diagnóstico de câncer de um familiar pode ser um momento traumático, que ficará na memória durante muito tempo. De acordo com a psicóloga Denise Ayres, é fundamental que o paciente informe sobre o diagnóstico com informações precisas, como o tipo da doença, possibilidades, duração e efeitos colaterais do tratamento, e possíveis estratégias para envolver os entes queridos neste processo.
Além disso, é importante que a equipe multiprofissional acompanhe o momento da notícia. “Isso contribuirá com as dúvidas que possam surgir e com possíveis encaminhamentos que sejam pertinentes, tanto ao tratamento da pessoa acometida, quanto de familiares ou membros da rede de apoio que acompanharão o paciente ao longo do processo”, explica a psicóloga.
Um estudo feito em 2004 descobriu que as famílias que conversavam abertamente e expressavam seus sentimentos sobre o diagnóstico de câncer, apresentavam níveis mais baixos de depressão. A pesquisa ainda lembra que os médicos precisam estar focados na família, pois o câncer afeta não só o paciente, como também os familiares.
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Quem cuida também precisa de cuidados
Com o diagnóstico de câncer, a rotina do paciente e da família muda completamente, principalmente a do cuidador oficial. Muitos acreditam que o familiar deve ser o “refúgio” e “fortaleza” do paciente. Ou seja, não pode demonstrar sofrimento na frente do paciente, para não fragilizá-lo ainda mais. No entanto, assim como os pacientes necessitam de acompanhamento psicológico, com a rede de apoio não é diferente.
“Trata-se de uma doença que altera a rotina e dinâmica familiar. Desta forma, o apoio psicológico contribui positivamente para estratégias de enfrentamento, de proteção, cuidado e autocuidado, além de ter um papel determinante na gestão das emoções que se afloram diante desta vivência”, lembra Denise.
A psicóloga entrevistada ainda ressalta que, para lidar com o diagnóstico, o mais importante é ter informação. “Ter acesso ao conhecimento da doença, suas especificidades, particularidades e possibilidades. Por isso, a interlocução com a equipe multiprofissional de atendimento é fundamental.”
Fonte: Denise Ayres d’Avila – Psicóloga membro da Doctoralia