Grávidas podem tomar susto? Entenda quais são os efeitos
Ansiedade, insegurança e medo estão presentes na vida das gestantes. Na gangorra de emoções que é gerir um filho, muitas mães ficam com o psicológico naturalmente mais sensível. Como se não bastasse ter que lidar com todas as questões que envolvem uma gestação, situações cotidianas e imprevistos podem desequilibrar ainda mais as emoções. Mas será que grávidas podem tomar susto? Isso é prejudicial para a saúde delas ou dos bebês? Confira a seguir.
Grávidas podem tomar susto? Entenda
De acordo com a Dra. Caroline Queren Tozzi, ginecologia e obstetra, não há estudos científicos que comprovem a relação direta entre susto e impacto na gestação, mas há casos em que a reação emocional pode sim prejudicar a gestação e a saúde do bebê.
Ou seja, apesar de ser desconfortável, o susto por si próprio não é capaz de gerar grandes danos à saúde da mãe e do bebê. A questão pode ser facilmente administrada se não for recorrente e não estiver ligada a um quadro de saúde psicológica mais intenso.
“O susto é uma reação natural do corpo ao medo que surge após alguma situação que apresente perigo, sendo uma forma de autoproteção do ser humano ao se deparar com possíveis ameaças”, afirma a ginecologista.
A Dra. explica ainda que, quando uma gestante leva um susto, o organismo provoca uma liberação de adrenalina e de cortisol por ativação do sistema de defesa do nosso organismo. Nesse sentido, causa repercussões no corpo como a visão mais aguçada, aumento do fluxo de sangue e da frequência cardíaca. Sendo assim, essa reação pode chegar ao bebê pela placenta e estimular a criança.
No entanto, o bebê pode ficar mais agitado, movimentar-se mais, aumentar seus batimentos cardíacos, mas são efeitos muito rápidos e transitórios.
Possíveis complicações do susto em grávidas
Geralmente, em situações de susto, o estresse pode ser um dos efeitos prolongados e prejudiciais à gestação. Com alto risco de impactar o desenvolvimento do bebê, o estresse provoca alterações hormonais no sistema imunológico e na pressão arterial.
“Os efeitos (do estresse) no bebê vão depender de uma série de fatores. Não há uma regra que determine a forma e a intensidade desta resposta, porque cada mulher reage aos estímulos à sua maneira. Algumas possibilidades de implicações do estresse na gravidez para os bebês são: restrição de crescimento, trabalho de parto prematuro, risco de distúrbios de neurodesenvolvimento, problemas afetivos na infância, redução do líquido amniótico, entre outros”, complementa a ginecologista.
Gestantes com comorbidades como pressão alta e arritmias cardíacas podem enfrentar complicações em seu quadro de saúde. Ao serem impactadas por uma descarga de adrenalina, as gestantes podem ter a pressão elevada, e com isso, correm o risco de ter descolamento de placenta e/ou parto prematuro.
Além disso, a médica reforça que a descarga de adrenalina e cortisol no organismo, hormônios liberados com emoções fortes como o susto, podem estimular a contração uterina. Então, na dúvida, ou na sensação de contrações uterinas (sensação de endurecimento abdominal), é necessário ficar alerta.
Quando procurar um médico?
Ao passar por uma situação de susto ou estresse, a Dra. Carolina indica que a gestante converse com seu médico, e se necessário, procure um atendimento de emergência para garantir a saúde e bem estar tanto da mãe, como do bebê. Geralmente, o médico fará um exame físico e outros complementares, como por exemplo a cardiotocografia e ultrassom obstétrico.
Fique atenta! Caso a gestante apresente diminuição da movimentação fetal, dor ou sangramento, deverá buscar atendimento médico o mais breve possível.
Gerir dramas emocionais na gestação
Por fim, mulheres grávidas devem evitar ao máximo situações que possam causar tensão e, se possível, praticar atividades prazerosas e exercícios físicos para manter a calma e o organismo em equilíbrio.
“Estresse na gravidez é algo perfeitamente normal e compreensível. Enquanto não comprometer a normalidade na vida da mulher ou sua saúde, só precisa ser gerenciado para não se agravar e evoluir para algum transtorno de ansiedade e trazer repercussões negativas para a gestante e o bebê”, complementa a Dra.
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Fonte: Dra. Caroline Queren Tozzi, ginecologia e obstetra.