Glicose na urina (glicosúria): o que é, causas e tratamento
Pessoas diabéticas sabem bem o que é glicosúria: o termo diz respeito à presença de glicose na urina. A condição é comum nesses pacientes justamente porque o controle da glicose. Ou seja, do açúcar, no corpo, está comprometido por conta das alterações na insulina.
Mas, não é só isso. Segundo a endocrinologista Dra. Paula Pires, a glicosúria é comum em pacientes de diabetes mellitus não controlada. Mas, também pode aparecer em algumas doenças renais ou naqueles que usam remédios que liberam açúcar na urina, como os inibidores SGLT-2.
Principais causas da glicose na urina
- Diabetes mellitus;
- Diabetes gestacional;
- Uso de medicamentos;
- Alterações renais na própria gestação;
- Problemas renais como a síndrome de Fanconi, a cistinose ou a insuficiência renal crônica.
Essa, aliás, é uma condição tão presente no dia a dia médico que é possível fazer um teste para saber se existe glicose na urina tanto em laboratório, quanto em casa. No primeiro caso, basta levar a urina em um frasco fornecido quando a análise é marcada. Já no segundo, é possível fazer essa análise com a ajuda de tiras de medição compradas na farmácia.
Por si só, a glicosúria não gera sintomas ou complicações. Na verdade, ela própria é um sintoma que precisa ser analisado por um médico, caso identificada. Por isso, ao perceber que existe glicose na urina, busque um profissional. Pois, o tratamento para solucionar essa questão vai depender muito do diagnóstico.
Vida saudável e diabetes: Tipos
O diabetes é uma doença que se divide em dois tipos: o 1, que atinge cerca de 10% das pessoas com a condição; e o 2, que afeta aproximadamente 90% dos pacientes.
No primeiro caso, há uma reação autoimune do organismo. Isto é, as células do pâncreas são atacadas pelo próprio sistema de defesa do corpo. Muito fragilizadas, elas acabam produzindo pouca ou quase nenhuma insulina — o hormônio responsável por ajudar a controlar os níveis de açúcar (chamado de glicose) no sangue. Dessa forma, há uma concentração exagerada da substância na corrente sanguínea, o que pode gerar inúmeras consequências.
A condição dura a vida toda e ainda não existe cura, apenas controle. Além disso, sua causa pode acontecer por herança genética somada a fatores ambientais. Embora acometa qualquer idade, normalmente aparece ainda na infância.
Já o diabetes tipo 2, por outro lado, é bem mais comum. Nesse caso, ele não ocorre por conta de um ataque às células do pâncreas, mas sim como consequência de um processo denominado resistência à insulina: o pâncreas até consegue secretar a insulina, mas ela não dá conta de metabolizar (queimar) o açúcar presente no sangue e acaba se tornando ineficiente. “Esse processo tem a ver com o acúmulo de gordura abdominal e com hábitos ruins de vida”, explica a médica endocrinologista.
Ou seja, os principais fatores que contribuem para o aparecimento do diabetes tipo 2 são: excesso de peso, acúmulo de gordura corporal (principalmente aquela localizada na região da barriga), sedentarismo, alimentação pouco saudável, tabagismo e hipertensão.
Fonte: Paula Pires é médica endocrinologista e clínica geral que atende as mais diversas faixas etárias, sempre com uma visão global do funcionamento do corpo humano