Síndrome de Fournier: o que é, sintomas e tratamento 

A Síndrome de Fournier é uma das doenças que fazem parte da extensa lista de patologias raras e que, se não forem tratadas, podem ter desfechos letais. A doença pouco conhecida se caracteriza pela necrose de tecidos moles da região genital e pode levar à infertilidade. Contudo, o diagnóstico precoce pode contribuir para amenizar os efeitos da doença. 

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Síndrome de Fournier

Também conhecida como gangrena de Fournier, a doença é uma condição infecciosa grave que atinge as partes moles da região genital, ou seja, áreas como o escroto, pênis e a região entre o ânus e o pênis – conhecida como períneo. De rápida progressão, a síndrome pode se espalhar facilmente para outras áreas próximas à genitália como o abdômen e a parte superior das coxas.

Contudo, a principal característica dessa doença é a destruição tissular, o que significa que a área infectada apresenta bolhas sanguinolentas que são causadas pelos danos no tecido mole. 

Apesar de ser uma doença que, na maioria das vezes, atinge homens, a síndrome também pode atingir mulheres. Neste caso, a infecção necrosante pode ser notada na vulva e na virilha.

Desse modo, Fournier é considerada um problema de saúde pública, já que a taxa de mortalidade pode chegar a 30,8% e o tratamento da doença é de alto custo. Outra questão que reduz as chances de tratamento é que a síndrome é uma patologia pouco conhecida, portanto, a atenção aos sintomas e prestação de cuidados de forma tardia se mostra pouco eficaz.

O que causa a síndrome de fournier 

Até o momento, ainda não se sabe a causa da preferência da infecção pelas regiões genitais e perianais. No entanto, estudos indicam que as principais causas são:

• Falta de higiene;
• Trombose; 
• Fissura anal;
• Procedimentos cirúrgicos;
• Diabetes; 
• Outras infecções; 
• Traumas na região genital;
• Pregas da pele que guardam ninhos de bactérias;
• Suor fora do normal.

Além disso, a predisposição a doença também está relacionada a condições médicas estabelecidas previamente, são elas: estados de imunossupressão, doenças crônicas, alcoolismo, senilidade, obesidade, anormalidades no sistema urológico e doenças colo-retais.

Principais sintomas 

Os principais sintomas da síndrome de Fournier começam a aparecer logo após os sinais de desconforto escrotal. Além disso, nesse estágio é comum que se forme um edema sem lesão evidente.

A seguir, conheça quais são os sintomas da síndrome:

• Dor intensa na região infectada;
• Cheiro fétido;
• Inchaço na pelve;
• Calafrios;
• Secreção serosa
• Pele da região íntima escurecida;
• Sensação de cansaço;
• Febre acima de 38 graus;

Diagnóstico

Quando falamos sobre a identificação da doença, existe uma grande importância em obter o diagnóstico precoce, sendo que esse é o principal motivo para reduzir a mortalidade.

Portanto, ao notar os sintomas, o ideal é que o paciente procure um atendimento médico o quanto antes. O diagnóstico leva em consideração o histórico de saúde do portador e conta com a confirmação por meio de exames laboratoriais simples. Nesse sentido, a radiografia e tomografia desempenham papéis importantes para detectar a evolução da síndrome e suas possíveis causas.

Tratamento da Síndrome de Fournier 

Em alguns casos, o tratamento da doença pode incluir a realização de uma cirurgia para retirar a pele infectada e evitar que ela se espalhe para outras regiões, o que pode causar uma sepse, ou seja, infecção generalizada ou até mesmo falência múltipla de órgãos. Portanto, o paciente precisa de acompanhamento de um médico urologista ou ginecologista.

Caso a indicação médica seja de cirurgia, na maioria dos casos, uma parte do tecido necrosado é enviado para análise laboratorial. Assim, esse processo torna viável identificar a causa da infecção e também contribui com a determinação do antibiótico que será prescrito para o paciente. Além disso, dependendo do grau de comprometimento da pele do paciente, pode ser necessário reconstruir parte da região íntima.

Assim, outros métodos de tratamento podem envolver apenas o uso de antibióticos que eliminam todas as bactérias causadoras da síndrome.

Por fim, a maioria dos pacientes também se submete a um processo de cuidados com as feridas, o que indica a necessidade de um suporte nutricional para cobrir as deficiências metabólicas do paciente e contribuir com o processo de recuperação.

Referências: Manual MSD.