Fórmulas infantis caseiras: entenda os perigos
A amamentação é um ato muito presente na vida das mamães e dos recém-nascidos. No Brasil, as taxas de aleitamento materno vêm crescendo. De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), a prevalência de amamentação exclusiva entre crianças com menos de quatro meses aumentou mais de 12 vezes se comparada ao ano de 1986. É por meio do leite materno que o bebê absorve os nutrientes necessários para crescer saudável. Entretanto, algumas famílias tendem a preparar as próprias fórmulas infantis caseiras, mas essa não é uma prática recomendada, uma vez que pode ocasionar complicações.
Isso acontece porque, em alguns casos, há a contraindicação da amamentação por parte dos médicos. Por exemplo, quando a mulher possui doenças cardíacas renais, pulmonares ou hepáticas graves, depressão, câncer ou é portadora de HIV. Além disso, existem situações nas quais a mãe não produz quantidade de leite suficiente ou não se adapta à amamentação. Por isso, nesse momento, é necessário recorrer ao uso das fórmulas infantis.
O que é?
Virginia Weffort, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que as fórmulas infantis são produtos industrializados que servem para nutrir os bebês. “Tudo o que tem em uma fórmula infantil foi liberado após várias pesquisas científicas sobre a quantidade de nutrientes necessária para o crescimento adequado, e pode ser comparado ao leite materno”, afirma. Além disso, ela pontua que as fórmulas seguem as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, por isso, são seguras.
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Fórmulas infantis caseiras
Durante a pandemia de coronavírus, alguns produtos ficaram escassos, e as pessoas tiveram de buscar alternativas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as fraldas descartáveis não eram mais encontradas com facilidade. Assim, os pais passaram a investir em fraldas de pano. Em abril de 2020, Liz Turrigiano, co-fundadora das empresas Diaperkind e Esembly, disse à Revista Crescer que a receita do negócio havia aumentado 300% em apenas cinco dias.
Agora, foi a vez das prateleiras de fórmulas infantis ficarem vazias. A crise está fazendo com que os estadunidenses viajem por horas para encontrar o produto e garantir a alimentação dos filhos. Outra possibilidade encontrada por muitas mães foi seguir o passo a passo de receitas caseiras da fórmula. No início de 2020, o Departamento de Saúde de Washington, nos Estados Unidos, já havia demonstrado preocupação com esse novo hábito ao emitir um alerta afirmando não ser uma prática segura.
“As fórmulas caseiras são uma mistura de leite de vaca com farinha e arroz. Não tem os nutrientes necessários. Por exemplo: ferro, zinco, vitamina A, vitamina D são insuficientes ou não existem, como é o caso do ácido graxo poli-insaturado (chamado ômega-3 e DHA)”, afirma Virginia.
Além disso, as fórmulas infantis caseiras podem causar intoxicação alimentar nos bebês. Isso porque, ao preparar a mistura, bactérias e outros germes podem acidentalmente infectar o produto.
Por isso, a médica recomenda sempre o uso de fórmulas infantis industrializadas. “Todas são seguras e podem ser escolhidas de acordo com a idade das crianças: do nascimento até 6 meses, 6 a 12 meses e maiores de 12 meses”, completa.
Fonte: Virginia Weffort, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria